Ataque ucraniano deixa ao menos 23 mortos em Donetsk, segundo Moscou
16:05 | Mar. 14, 2022
Autoridades russas afirmaram nesta segunda-feira (14) que 23 pessoas morreram no impacto de um míssil ucraniano na cidade separatista pró-russa de Donetsk, acusando Kiev de um "crime de guerra".
Segundo um comunicado do poderoso Comitê de Investigação Russo, "ao menos 23 civis (...), inclusive crianças, foram mortos e pelo menos 18 pessoas ficaram feridas".
O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, anunciou, por sua vez, que "20 residentes pacíficos morreram e 28 pessoas, inclusive crianças, ficaram gravemente feridas e estão hospitalizadas".
Segundo Konashenkov, o exército ucraniano disparou um míssil "Tushka-U" contra uma área residencial de Donetsk, grande cidade industrial autoproclamada "capital" do território separatista pró-russo.
"O uso deste tipo de armas contra uma cidade onde não há posições de tiro das forças armadas (...) é um crime de guerra", disse Konashenkov.
Durante uma conversa por telefone com o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, o presidente russo, Vladimir Putin, denuncio um "novo ato de barbárie do exército ucraniano", segundo o Kremlin.
O presidente também acusou as forças de terem usado "armas de submunições", proibidas pelos tratados internacionais devido a seu impacto destrutivo e indiscriminado em uma ampla área, com o risco que representa para os civis.
A acusação do presidente russo não pôde ser verificada de forma independente.
O exército ucraniano desmentiu categoricamente ter disparado um míssil contra Donetsk. "Trata-se definitivamente de um míssil russo ou de outro tipo de munição", declarou o porta-voz do exército ucraniano, Leonid Matiukin, durante uma coletiva de imprensa.
Um balanço anterior, anunciado pela manhã pelo "ministério" local da saúde, dava conta de 16 mortos e 23 feridos.
A AFP não pôde verificar nenhum dos balanços junto a uma fonte independente.
Em sua conta no Telegram, a defesa territorial de Donetsk publicou fotos que mostram corpos ensanguentados em uma rua, entre escombros.
Em um primeiro momento, a conta afirmou que as vítimas morreram atingidas pelos fragmentos de um míssil ucraniano "Totchka", que teria sido interceptado pelas defesas antiaéreas separatistas.
O líder dos separatistas de Donetsk, Denis Pushilin, afirmou à televisão russa que se tratou de um míssil que continha submunições, proibido por mais de 100 países, mas não por Rússia nem Ucrânia.
"Se (o míssil) não tivesse sido abatido, o número de vítimas seria ainda maior", declarou Pushilin.
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