Reino Unido e Polônia simplificam procedimento de entrada para refugiados ucranianos

Depois de ser muito criticado por sua lentidão na concessão de vistos temporários para as pessoas que fogem da guerra na Ucrânia, o governo britânico anunciou, nesta quinta-feira (10), uma simplificação do procedimento para ucranianos com vínculos familiares no país.

A partir de terça-feira (15), "os ucranianos com passaporte poderão obter, completamente on-line, permissão para vir de onde quer que estejam e poderão fornecer seus dados biométricos, uma vez no Reino Unido", anunciou a ministra do Interior, Priti Patel.

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'Uma vez estudada a sua candidatura e efetuadas as verificações pertinentes, eles receberão uma notificação direta de que podem aderir ao esquema e vir para o Reino Unido", especificou.

Isso significa que eles não terão mais que ir aos poucos centros de solicitação de vistos britânicos distribuídos por toda a Europa, que poderão "concentrar seus esforços em ajudar os ucranianos sem passaporte", ressaltou.

O governo de Boris Johnson foi duramente criticado na quarta-feira pela ministra sobre questões parlamentares e sanitárias pela sua gestão dos pedidos de visto de refugiados ucranianos, o que classificou como "caos e confusão".

A ministra apelou à eliminação de "atrasos e burocracia desnecessários" e que o processo tenha melhores recursos, seja mais eficiente e transparente.

Até quarta-feira, o Reino Unido havia concedido 957 vistos de 12 meses e apenas para ucranianos com laços familiares com o país.

Entre 50.000 e 60.000 ucranianos vivem no Reino Unido e o embaixador ucraniano em Londres, Vadym Prystaiko, estimou que cerca de 100.000 de seus familiares poderiam tentar se juntar a eles.

O complicado processo britânico foi comparado por muitos à política da vizinha União Europeia, que concede residência de três anos a ucranianos sem visto.

Patel falou vagamente da possibilidade de ucranianos sem laços familiares com o Reino Unido poderem viajar para o país através do patrocínio de indivíduos, instituições de caridade, empresas e comunidades, sem maiores detalhes.

 

Por sua vez, a empresa ferroviária polonesa PKP decidiu oferecer trens gratuitos aos ucranianos que vão para as grandes cidades da Alemanha, anunciou a companhia em comunicado.

Desde quarta-feira, 9 de março, os assentos na segunda classe de nove trens que ligam Varsóvia, Przemysl via Cracóvia e Gdynia diariamente com Berlim e Frankfurt são gratuitos para os cidadãos ucranianos, informa o documento.

Desde o início da guerra na Ucrânia, que gerou um enorme fluxo de refugiados para a Polônia, a operadora ferroviária aumentou o número de trens que saem da fronteira ucraniana e ofereceu transporte gratuito para as pessoas desse país.

Estima-se que mais de 300.000 ucranianos se beneficiaram da iniciativa desde 26 de fevereiro.

O vice-chanceler polonês, Pawel Szefernaker, disse à televisão pública nesta quinta-feira que os refugiados muitas vezes querem continuar sua jornada para outros países europeus.

"Trabalhamos com nossos parceiros na União Europeia para facilitar esse transporte", afirmou.

O corpo de fronteira polonês disse nesta quinta-feira que o número de pessoas que chegam da Ucrânia desde o início da guerra chegou a 1.430.000. Antes do conflito, a Polônia já abrigava cerca de um milhão e meio de ucranianos.

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