Roman Abramovich e Chelsea afetados por sanções britânicas após invasão da Ucrânia
08:30 | Mar. 10, 2022
O oligarca Roman Abramovich, dono do Chelsea FC, está entre os sete cidadãos russos adicionados nesta quinta-feira (10) pelo governo britânico à lista de indivíduos sob sanções pela invasão da Ucrânia, o que implica o congelamento de seus ativos e a suspensão da venda do clube que, no entanto, poderá prosseguir em todas as competições.
As sanções, que o Reino Unido já aplica a mais de 200 pessoas e entidades por vínculos com o presidente russo Vladimir Putin, incluem o congelamento de bens, a proibição de fazer transações com indivíduos e com empresas britânicas e a proibição de viajar ao país.
"Oligarcas e cleptocratas não têm lugar na nossa economia, nem na nossa sociedade", afirmou a ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss.
"Com seus laços estreitos com Putin, são cúmplices de sua agressão", acrescentou ao anunciar uma nova lista de sete objetos de sanções que, além de Abramovich, afetam seu ex-sócio comercial Oleg Deripaska; o diretor-geral da Rosneft, Igor Sechin; e o presidente da Gazprom, Alexei Miller.
Completam a lista os diretores do banco VTB, Andrei Kostin; da distribuidora de hidrocarbonetos Transneft, Nikolai Tokarev; e o do Banco Rossiya, Dmitri Lebedev.
"Em vista do importante impacto que as sanções de hoje teriam no Chelsea Football Club e das possíveis repercussões, o governo publicou esta manhã uma licença para permitir que uma série de atividades relacionadas com o futebol continuem no clube", afirmou o governo do primeiro-ministro Boris Johnson.
Assim, o Chelsea, que é o terceiro colocado na Premier League atrás de Manchester City e Liverpool, poderá continuar jogando, pagar os salários de seus funcionários - jogadores e integrantes da comissão técnica incluídos -, impostos e contas referentes à sua manutenção, despesas de viagem e transferências de jogadores previamente acordadas.
A licença, no entanto, não inclui a venda de novos ingressos novas transferências de jogadores pelo clube, que venceu a Liga dos Campeões pela segunda vez em 2021.
O objetivo da medida é "proteger a Premier League, a pirâmide do futebol em geral, os torcedores leais e outros clubes", acrescentou o governo.
O governo britânico avalia em 9,4 bilhões de libras (12,3 bilhões de dólares) a fortuna de Abramovich, que além de proprietário do Chelsea tem participação na gigante do aço Evraz.
Em 2005, ele vendeu uma participação de 73% na petroleira russa Sibneft ao grupo estatal Gazprom por 9,87 bilhões de libras.
"É um dos poucos oligarcas da década de 1990 que mantém sua prominência sob o mandato de Putin", afirmou o Executivo britânico, que destacou que "nenhum de nossos aliados anunciou sanções contra Abramovich".
Temendo ser incluído na lista de pessoas físicas e jurídicas atingidas pelas sanções britânicas, Abramovich anunciou na semana passada que estava colocando à venda o famoso clube do oeste de Londres, do qual é proprietário há 19 anos.
"A venda do clube não acontecerá de maneira precipitada e seguirá o curso normal", havia anunciado o oligarca sobre o time que comprou em 2003 por 140 milhões de libras (187 milhões de dólares) e no qual fez grandes investimentos.
Ele afirmou ainda que não pediria o reembolso dos empréstimos que concedeu ao clube, calculados em 1,5 bilhão de libras e que o "produto líquido" da venda seria destinado a "uma fundação de caridade em benefício de todas as vítimas da guerra na Ucrânia".
De acordo com a imprensa britânica, um consórcio liderado pelo empresário americano Todd Boehly - coproprietário do time de beisebol Los Angeles Dodgers - e o bilionário suíço Hansjorg Wyss - fundador da empresa de material médico Synthes - já apresentaram propostas.
De acordo com o Financial Times, outro bilionário americano, Josh Harris, também contempla apresentar uma oferta. O empresário turco Mushin Bayrak foi outro que expressou interesse pelo clube.
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