UE propõe reforçar combate à desinformação em relação à guerra na Ucrânia
Altos funcionários da Comissão Europeia formularam, nesta terça-feira (8), um chamado para que todos "os canais possíveis" sejam utilizados para que informação adequada sobre a guerra na Ucrânia chegue à população russa, como forma de enfrentar a desinformação.
O presidente russo, Vladimir Putin, "quer que seu país seja surdo e cego. Ainda mais, quer do povo russo a apatia", disse a vice-presidente executiva da Comissão, Vera Jourova, durante um debate no Parlamento Europeu.
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De acordo com Jourova, é urgente "tirar a população russa da apatia".
"Temos que atuar" disse Jourova, que saudou a decisão da plataforma americana de vídeo Netflix de remover da sua grade de programação produções russas, e a intenção manifestada pelos gigantes digitais de restringir a desinformação.
Por sua vez, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, salientou que "a informação é o combustível da democracia. Se é contaminada com mentiras, a democracia adoece, porque o raciocínio político se torna enviesado".
"Fomos acusados de ter atacado a liberdade de informação com a proibição dos (meios de comunicação russos) RT (Russia Today) e Sputinik. Porém, quando os atores estrangeiros, de maneira coordenada, manipulam a informação para nos prejudicar, isso é inaceitável", argumentou.
Borrell anunciou sua intenção de propor à UE um mecanismo para "sancionar os atores maliciosos que desinformam", ainda que não tenha oferecido detalhes.
Nesse cenário, Jourova apontou que a Comissão vai propor uma atualização do código de conduta para os atores digitais com a finalidade de poder lutar contra a desinformação nas redes, mediante a "identificação de comportamentos e atores maliciosos".
Também serão propostas medidas, nos próximos meses, para ajudar jornalistas e meios de comunicação independentes a "proteger melhor o pluralismo da imprensa na UE contra as pressões econômicas", disse a funcionária.
"Os Estados-membros dizem que a regulação dos meios de comunicação não é de nossa competência, porém não estou totalmente de acordo", advertiu.
O serviço diplomático da UE mantém desde 2015 um canal de análise sobre desinformação estrangeira, manipulação de informação e interferência para rastrear fontes de desinformação e identificar os responsáveis com o objetivo de sanciona-los.
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