Biden decreta embargo às importações americanas de petróleo e gás russos

O presidente Joe Biden decretou nesta terça-feira (8) um embargo às importações americanas de petróleo e gás russos, uma medida para aumentar as sanções impostas à Rússia e "lançar mais um duro golpe" contra o presidente Vladimir Putin.

Quase simultaneamente, o Reino Unido anunciou que vai suspender as importações energéticas da Rússia antes do fim de 2022. E em Bruxelas, a União Europeia (UE) divulgou a intenção de reduzir este ano em dois terços suas importações de gás da Rússia, antes de uma cúpula do bloco, na qual se examinará como encerrar a dependência de hidrocarbonetos russos.

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Esta decisão foi tomada "em estreita coordenação" com os aliados dos EUA, disse Biden. "Não vamos ajudar a financiar a guerra de Putin."

Até o momento, a Europa recusa-se a impor um embargo a estas importações russas, que cobrem 40% das suas necessidades de gás natural e 30% de petróleo.

Os Estados Unidos são um exportador líquido de energia, ou seja, produzem mais petróleo e gás do que consomem, lembrou Joe Biden. "Podemos tomar essa decisão, enquanto outros não", explicou.

"Mas estamos trabalhando em estreita colaboração com a Europa e nossos parceiros para implementar uma estratégia de longo prazo para reduzir sua dependência da energia russa", disse

"Continuamos unidos em nossa intenção de manter uma pressão crescente sobre Putin e sua máquina de guerra", acrescentou o chefe de Estado dos EUA.

Segundo veículos de comunicação japoneses, Tóquio também considera, entre outras opções, a aplicação de um embargo às importações energéticas russas.

As companhias petroleiras anunciam, uma depois da outra, sua retirada da Rússia. Nesta terça, foi o caso da Shell, que seguiu os passos de BP, ExxonMobil e da italiana Eni.

O petróleo russo representa apenas 8% das importações dos EUA e 4% do consumo de derivados de petróleo nos Estados Unidos, que não importam o gás russo. Inclusive antes da invasão da Ucrânia, as importações americanas já tinham sido reduzidas drasticamente.

A princípio, Biden parecia duvidar de um embargo, porque poderia acelerar uma inflação já galopante, mas a pressão do Congresso era forte.

Os congressistas americanos tinham começado a preparar um projeto de lei para proibir a importação de petróleo e gás russo, que contava com o aval da maioria democrata e da oposição republicana, uma sintonia incomum em um país polarizado politicamente.

Joe Biden quis se antecipar aos legisladores, talvez para aproveitar o aumento da popularidade nas pesquisas pela forma como tem gerenciado a guerra na Ucrânia.

"É a decisão correta", disse o senador republicano pelo Texas Ted Cruz à CNBC. "O passo seguinte é trabalhar com a Europa para fazer o mesmo, deixar de lado o petróleo e o gás russos".

"Vamos ver um aumento nos preços do combustível aqui nos Estados Unidos", advertiu em declarações à CNN o senador democrata Chris Coons, e "na Europa haverá altas espetaculares. É o preço da defesa da liberdade e do apoio ao povo ucraniano".

A perspectiva de um embargo americano fez os preços dispararem imediatamente: o Brent, petróleo de referência na Europa, operava em alta de 7,55%, superando os 130 dólares (132,52).

O recorde absoluto foi de 147,50 dólares o barril, registrado em 2008.

O preço da gasolina atingiu um novo máximo histórico nesta terça nos Estados Unidos: o galão (3,78 litros) valia, em média, 4,17 dólares, segundo a Associação de Automobilísticas AAA. Em um mês, o preço médio subiu 20%.

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EUA conflito Rússia governo Ucrânia

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