Voluntária é morta a tiros na Ucrânia enquanto levava ração para cães em abrigo
Ela foi baleada à "queima-roupa" por soldados russos quando levava ração para um grupo de cachorros que estava sem comer há três dias
14:42 | Mar. 08, 2022
A voluntária ucraniana Anastasiia Yalanskaya foi morta durante invasão da Rússia enquanto tentava chegar a um abrigo de cães nos arredores de Kyiv, capital do país. Ela tentava levar ração para um grupo de cachorros que estava sem comer há três dias.
Anastasiia, de 26 anos, optou por permanecer na cidade mesmo em meio à guerra para ajudar crianças e animais abandonados. Mas, na última quinta-feira, 3, ela foi baleada à "queima-roupa" por soldados russos enquanto dirigia para tentar chegar ao abrigo. No carro com ela havia mais dois voluntários, que também morreram na ação.
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O último Stories no perfil de Anastasiia no Instagram foi postado no própria dia 3 de março, e mostrava a ucraniana sentada na parte de trás do veículo, cercada por sacos de comida de cachorro.
Andriy, amigo de Anastasiia, disse à BBC que a voluntária teve a chance de fugir, mas decidiu ficar para assistir aqueles que não conseguiram fugir. "Nós propusemos uma mudança para a Bulgária, mas foi uma decisão dela continuar em Kyiv e ajudar pessoas e animais", afirmou.
Andriy contou ainda que o carro de Anastasiia foi alvejadoem uma área ocupada pelos russos.
"O carro era uma BMW, não parecia um carro militar", disse. Segundo ele, o pai de uma das vítimas que estavam com Anastasiia está ajudando a manter os corpos conservados em sua própria casa, já que não é possível transportá-los em meio aos conflitos.
"Eu estou triste e com raiva, são sentimentos misturados. Mas eu acho que é importante que nós lutemos contra as forças russas, para proteger nossas famílias. Eu acho que é importante que o espaço aéreo da Ucrânia seja fechado; e criar um cinturão com outros países para agir contra a Rússia", adicionou Andriy.
Segundo o portal britânico Daily Mail, Anastasiia informou a seus seguidores no Instagram, em 27 de fevereiro, que estava "passando a noite no carro no estacionamento subterrâneo" para evitar as bombas que estavam explodindo na área.
"Nunca me considerei um grande fã das Forças Armadas da Ucrânia ou um patriota. Hoje, depois de conversar várias vezes com os caras que estão nos postos de controle, percebi como eles são legais', disse a voluntária.
“Pela primeira vez na minha vida, senti orgulho do país em que vivo e das pessoas que estão por perto. É lamentável que isso tenha acontecido em tais condições", completou.