A maior central nuclear da Europa afetada pela guerra

A guerra entre Ucrânia e Rússia atingiu nesta sexta-feira (4) a central nuclear de Zaporizhia, a maior da Europa, e aumentou o temor de uma grande catástrofe.

Conheça alguns fatos sobre as instalações e os níveis de radioatividade nos arredores:

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

A central nuclear de Zaporizhia fica no sul da Ucrânia, às margens do rio Dnieper, a 525 km de Chernobyl.

Esta é a maior central nuclear da Europa, com uma capacidade total de quase 6.000 megawatts, suficiente para abastecer quatro milhões de residências.

Em um período normal, a usina produzia 20% da energia elétrica do país e quase metade de sua energia nuclear.

A construção do primeiro reator começou em 1979 e o último entrou em operação em 1995. O local tem seis reatores VVER-1000 de concepção soviética.

Estes reatores têm duração de entre 40 e 60 anos, ou um inclusive mais graças ao avanço tecnológico.

As autoridades ucranianas anunciaram nesta sexta-feira que disparos de projéteis russos provocaram um incêndio no edifício dedicado ao treinamento e em um laboratório.

Após horas de incerteza, o local foi protegido e os reatores foram "paralisados com total segurança", de acordo com autoridades americanas.

A concepção dos reatores de água pressurizada, considerados entre os mais seguros, procede daqueles usados em submarinos nucleares e difere dos reatores de Chernobyl, controlados com grafite e inicialmente pensados para produzir plutônio em vez de energia elétrica.

Os VVER-1000 de Zaporizhia são movidos a combustível enriquecido no isótopo físsil Urânio-235.

Funcionam graças ao vapor aquecido no núcleo, mas ao contrário de outros reatores, o vapor contaminado pela radiação não é usado para girar as turbinas, e sim para aquecer outro circuito de vapor não contaminado que é responsável por gerar este movimento.

A técnica permite conservar um nível de radioatividade relativamente reduzido para os funcionários da central.

A radiação natural no local é atualmente de 0,1 microsievert por hora, de acordo com o operador da usina, um nível inferior à média mundial e muito inferior ao de um voo de avião ou de uma radiografia.

Durante a catástrofe de Chernobyl em 1986, o nível de radioatividade atingiu 00 sieverts por hora, milhões de vezes mais.

Após a anexação da Crimeia por Moscou e da guerra com separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia em 2014, Kiev desenvolveu protocolos de segurança para a proteção física das instalações nucleares do país, que tem 15 reatores em quatro usinas.

As melhorias envolveram inspeções regulares, avaliação de sua vulnerabilidade e a implementação de sistemas automatizados de controle de dados. O país também reforçou a defesa aérea sobre Zaporizhia.

arb/dbh/es/fp

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

conflito energia Ucrânia Rússia

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar