Marinha ucraniana volta atrás e diz que combatentes que xingaram comandante russo sobreviveram

Morte de todos os combatentes que tentavam proteger a Ilha de Cobra foi divulgada pelo governo ucraniano na última sexta, 25

11:54 | Mar. 01, 2022

Por: Maria Eduarda Pessoa
Soldados ucranianos resistem aos ataques das forças russas (foto: Sergei SUPINSKY / AFP )

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, 28, a Marinha da Ucrânia informou que combatentes ucranianos dados como mortos durante conflito na Ilha de Cobra na verdade sobreviveram e passam bem.

"Estamos muito felizes em saber que nossos irmãos estão vivos e bem", disse o comunicado. Foi informado ainda que os marinheiros "contiveram repreenderam duas vezes os ataques dos invasores russos", mas não puderam mais continuar protegendo a ilha.

A conexão com a ilha foi completamente cortada, e as tentativas de alcançar os marinheiros foram inúteis, depois que as Forças Armadas russas destruíram sua infraestrutura, disse a Marinha.

A Rússia não comentou sobre a ilha ser atingida por fogo de artilharia ou sobre baixas.

De acordo com a versão dos eventos de Moscou, a ilha foi capturada depois que "82 homens ucranianos se renderam voluntariamente às Forças Armadas russas".

O conflito ganhou grande repercussão na última sexta-feira, 26, após divulgação de vídeo em que é possível ouvir um combatente ucraniano resistindo a ordem de rendição da tropa russa, a quem mandou "se foder".

Inicialmente, o governo ucraniano informou que os 13 combatentes que tentavam proteger a ilha localizada no Mar Negro haviam morrido no local.

A Ilha da Cobra é uma das poucas ilhas ucranianas e é estrategicamente importante, especialmente devido aos recursos minerais no mar. Com apenas 0,17 quilômetro quadrado de extensão e uma população de menos de 100 habitantes, a ilha foi objeto de disputa territorial entre Ucrânia e Romênia no início dos anos 2000.

O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky chegou a anunciar os combatentes seriam condecorados com a ordem de heróis da Ucrânia. "Todos os oficiais da fronteira morreram heroicamente, mas não desistiram", disse.