EUA proíbe qualquer transação com BC russo
Os Estados Unidos proibiram todas as transações com o Banco Central da Rússia - anunciou o Departamento do Tesouro, nesta segunda-feira (28), uma sanção de efeito imediato e de uma gravidade sem precedentes tomada em coordenação com vários aliados de Washington.
"Esta decisão tem o efeito de imobilizar todos os ativos que o Banco Central da Rússia tem nos Estados Unidos, ou que estão nas mãos de cidadãos americanos", afirma um comunicado sobre a medida, que terá grande impacto nos esforços de Moscou de defender sua moeda e apoiar sua economia.
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Washington emitiu a proibição antes da abertura dos mercados americanos.
Ligada a sanções similares adotadas por muitos aliados dos Estados Unidos, esta decisão limitará, severamente, a capacidade de Moscou de usar suas abundantes reservas de divisas para comprar rublos.
As operações para defender o rublo, em franca queda, "não serão mais possíveis e a 'fortaleza Rússia' se encontra indefesa", disse um funcionário de alto escalão do governo americano.
A mesma fonte considerou que essas sanções coordenadas vão deflagrar um "círculo vicioso" para a economia russa e antecipou: "A inflação certamente vai disparar, o poder aquisitivo entrará em colapso, os investimentos entrarão em colapso".
"Nosso objetivo é garantir que a economia russa se contraia, enquanto o presidente Putin decidir seguir adiante com a invasão da Ucrânia", acrescentou o alto funcionário.
Ontem, os Estados Unidos também implementaram sanções contra o Fundo Russo de Investimento Direto, uma instituição financeira pública usada para arrecadar fundos no exterior e liderada por Kirill Dmitriev, um colaborador próximo do presidente Vladimir Putin.
"Este fundo e sua gestão são símbolos da profunda corrupção na Rússia e de seu tráfico de influências" no exterior, completou.
A Rússia dispunha de US$ 643 bilhões em reservas no fim da semana passada, de acordo com dados oficiais, um nível elevado atingido com o acúmulo de receita com as vendas de petróleo e gás.
Não se sabe qual porcentagem dessas reservas é em dólares americanos.
"É uma sanção sem precedentes", reagiu Eddie Fishman, especialista do "think tank" americano Atlantic Council, no Twitter, já que o Banco Central russo não pode mais vender mais reservas.
Fishman ressaltou que as grandes empresas estatais russas também têm reservas.
"Se for necessário intensificar as sanções, é um fator a ser observado", acrescentou.
As novas restrições adotadas pelos Estados Unidos e por seus aliados têm como objetivo limitar a capacidade da Rússia de sustentar sua moeda, enfraquecida pelas sanções impostas ao seu setor financeiro após a invasão.
O rublo despencou. Hoje, registrou mínimos históricos em relação ao dólar e ao euro.
Para defender sua economia e moeda contra as sanções do Ocidente, o BC russo elevou sua taxa básica de juros de 9,5% para 20% esta manhã.
A Bolsa de Moscou permaneceu fechada para evitar o desastre que se registra entre os títulos das empresas russas no restante do mundo.
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