Primeira tripulação privada está pronta para decolar rumo à Estação Espacial Internacional
Missão a bordo de um foguete Space X irá durar 10 dias. Empresários farão 26 experimentos científicos
23:15 | Fev. 28, 2022
Após meses de treinamento, os quatro tripulantes da primeira missão totalmente privada à Estação Espacial Internacional (ISS) estão prontos para decolar a bordo de um foguete SpaceX em 30 de março.
A missão, chamada Ax-1, irá durar 10 dias, em oito dos quais eles estarão a bordo da estação. O lançamento acontecerá em Cabo Canaveral, no estado americano da Flórida.
A bordo estarão três empresários dos Estados Unidos, Canadá e Israel, que pagaram dezenas de milhões de dólares cada um. Haverá apenas um astronauta experiente, Michael Lopez-Alegria, ex-membro da Nasa, que já esteve na ISS.
"Não somos turistas espaciais", esclareceu Lopez-Alegria em entrevista coletiva nesta segunda-feira. "Não são férias."
"Eles irão realizar pesquisas importantes", explicou Michael Suffredini, chefe da empresa Axiom Space, que organizou a viagem. Eles farão 26 experimentos científicos, alguns deles sobre células-tronco ou a saúde do coração, em colaboração com centros de pesquisas sobre a Terra.
Os "astronautas particulares planejam pesquisas com impacto real", assinalou Robyn Gatens, diretora da ISS. A tripulação também aproveitará a oportunidade para trazer experimentos da Nasa para a Terra, o que, segundo ela, será muito útil, uma vez que o laboratório aéreo se encontra abarrotado.
A tripulação, que treinou com a Nasa em Houston e a SpaceX na Califórnia, irá operar a bordo do segmento norte-americano da estação.
A Axiom Space chegou a um acordo para um total de quatro missões com a SpaceX, e a Nasa, que cobra pela estadia, aprovou formalmente o início de uma segunda, Ax-2.
Para a Axiom Space, esse é um primeiro passo para um objetivo ambicioso: a construção de sua própria estação espacial. "Essas missões nos dão a oportunidade de testar em menor escala", explicou Michael Suffredini.
O movimento de privatização da órbita baixa é incentivado pela Nasa, que não quer mais precisar gerenciar a operação de uma estação, e sim contratar os serviços de estruturas privadas, para se concentrar na exploração longínqua.
Em 2021, a Rússia também enviou novatos para a ISS: uma equipe de filmagem para rodar um filme, além de um multimilionário japonês e seu assistente.
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