Europa fecha seu espaço aéreo aos aviões russos
Berlim esclareceu que esta proibição será válida por três meses, mas não dizia respeito a nenhum voo humanitário
10:40 | Fev. 27, 2022
Da Alemanha à Suécia, passando por França, Bélgica e Itália, os países europeus fecham gradualmente o seu espaço aéreo às companhias russas em retaliação à invasão da Ucrânia por Moscou, que desencadeou uma série de sanções ocidentais contra o poder russo.
Neste domingo (27), o ministério dos Transportes alemão "decretou a proibição de voo para aeronaves russas e operadoras de aviões russos no espaço aéreo alemão" a partir das 14h00 GMT (11h00 de Brasília).
Berlim esclareceu que esta proibição será válida por três meses, mas não dizia respeito a nenhum voo humanitário.
A França, por sua vez, informou que fechará seu espaço aéreo "para aviões e companhias aéreas russas" a partir desta noite, segundo o ministro dos Transportes, Jean-Baptiste Djebbari, que ressaltou que a "união da Europa é total".
Mesma decisão da Irlanda, Bélgica, Holanda e Itália.
"Na Europa, o céu está aberto (...) para aqueles que conectam os povos, não para aqueles que cometem agressões brutais", justificou o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, no Twitter.
"Não há lugar no espaço aéreo holandês para um regime que aplica violência desnecessária e brutal", afirmou o ministro holandês da Infraestrutura, Mark Harbers.
O governo do Luxemburgo, grande plataforma de aviões de carga e transporte de mercadorias na Europa, anunciou, em comunicado de imprensa, "preparar as notificações necessárias para fechar" o seu espaço aéreo às empresas russas a partir deste domingo.
No norte da Europa, a Finlândia, que tem uma fronteira de mais de 1.300 quilômetros com a Rússia, a Suécia, Dinamarca e Islândia anunciaram medidas semelhantes.
A estes países somam-se Polônia, a República Tcheca, Estônia, Bulgária, Moldávia e Reino Unido.
Com muitos países fechando ou anunciando o fechamento de seu espaço aéreo, o tráfego aéreo russo se vê diante de uma zona de exclusão muito grande na Europa, forçando os voos a grandes desvios.
Numa reunião dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia, "pressionaremos por uma paralisação em toda a UE", disse o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Jeppe Kofod, no Twitter.
A invasão russa da Ucrânia "deve ser combatida com as mais fortes sanções internacionais possíveis", afirmou.
"Queremos que isto (o fechamento do espaço aéreo) seja feito o mais rapidamente possível, e o melhor e mais rápido seria se fosse feito a nível europeu", estimou por sua vez o ministro sueco Hans Dahlgren.
Em retaliação, Moscou começou a proibir o sobrevoo de seu território a aviões ligados aos países europeus que anunciaram tais decisões nos últimos dias.
Em uníssono com um número crescente de companhias ocidentais, a Lufthansa - maior grupo europeu com as marcas Lufthansa, Condor, Swiss, Brussel Airlines - decidiu no sábado suspender os voos para e sobre a Rússia por uma semana, antecipando as medidas de retaliação de Moscou.