EUA afirmam que forças russas perdem impulso diante da resistência ucraniana
As forças russas, que na madrugada de quinta-feira ingressaram na Ucrânia através de vários pontos, ainda não tomaram as grandes cidades nem conseguiram controlar o espaço aéreo, assinalou a fonte, que pediu para não ser identificada
17:13 | Fev. 25, 2022
A invasão da Ucrânia pela Rússia perdeu força diante da resistência ucraniana por ar e terra, disse nesta sexta-feira (25) um alto funcionário do Departamento de Defesa de Estados Unidos.
"Seu impulso, particularmente no que diz respeito a Kiev, desacelerou nas últimas 24 horas", disse o funcionário.
As forças russas, que na madrugada de quinta-feira ingressaram na Ucrânia através de vários pontos, ainda não tomaram as grandes cidades nem conseguiram controlar o espaço aéreo, assinalou a fonte, que pediu para não ser identificada.
"Não conseguiram avançar da forma que acreditamos que eles haviam previsto", acrescentou. "Um bom indicador disso é que não foram tomados centros populacionais. Nenhum."
O Pentágono acredita que Moscou pretende tomar o controle de Kiev e substituir o governo atual, que possui laços com o Ocidente, por aliados do Kremlin.
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Muitos temem que as poderosas forças russas, que contam com um reforço maciço do outro lado da fronteira ucraniana, possam conquistar Kiev em questão de dias.
No entanto, até agora, apesar de terem se concentrado em alvos militares, não conseguiram desbaratar a estrutura de defesa ucraniana.
"Tal como estamos vendo neste momento, o comando e o controle da Ucrânia permanecem intactos", disse o funcionário.
Segundo o Pentágono, os russos tampouco conseguiram dominar o espaço aéreo, pois os sistemas de defesa da Ucrânia ainda funcionam e a força aérea ucraniana ainda tem capacidades para ameaçar os aviões russos.
Moscou "encontrou uma resistência maior do que esperava", afirmou a fonte, que acrescentou que os Estados Unidos têm indícios de que a ofensiva "não está caminhando da forma como haviam antecipado" os russos.
A Rússia lançou sua invasão com grandes bombardeios de mísseis através de três eixos: a partir de Belarus, pelo norte, até Kiev; da região russa de Belgorod até a importante cidade de Kharkov, no nordeste; e a partir da Crimeia, no sul, até Kherson.
Apesar de as forças russas terem conseguido chegar aos arredores de Kiev, ainda não conseguiram entrar na capital. Além disso, os combates continuam intensos no entorno de Kharkov, que ainda resiste.
No sul, os russos continuam avançando até Kherson, mas também estão ampliando a frente, desembarcando forças anfíbias no leste da Crimeia para ameaçar Mariupol.
Os russos também tentaram tomar o controle da hidrelétrica de Kakhovka, no rio Dniepre e ao norte da Crimeia, lançando ciberataques contra a usina, comentou o funcionário americano.
O Pentágono não estimou o tamanho do contingente russo que entrou na Ucrânia, depois que Moscou acumulou mais de 150.000 efetivos ao longo das fronteiras do país antes de atacar.
Não obstante, a fonte assinalou que os russos haviam transferido "cerca de um terço de seu poder de combate" para a Ucrânia, enquanto o restante permanece nos arredores.