Líderes da UE estipulam pacote ambicioso de sanções contra Rússia
Os líderes dos países da União Europeia (UE) chegaram a um acordo nesta quinta-feira (24) para impor sanções "maciças e severas" contra a Rússia, em resposta à ofensiva militar na Ucrânia, de acordo com uma declaração adotada durante a cúpula de emergência realizada em Bruxelas.
"As sanções cobrirão os setores financeiro, de energia e de transportes da Rússia", diz a declaração emitida após a cúpula, e deverão ser adotadas "sem demora".
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As medidas, cujos detalhes ainda não foram divulgados, também envolverão o controle das exportações, a emissão de vistos e a inclusão de funcionários russos na lista de sancionados.
A UE já tinha adotado medidas restritivas esta semana contra funcionários e entidades russas pelo reconhecimento da independência de dois territórios separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.
Na declaração, a UE pede "que a Rússia cesse imediatamente suas ações militares, retire incondicionalmente todas as suas forças e equipamentos militares de todo o território da Ucrânia e respeite a integridade territorial, soberania e independência" deste país.
A Rússia, apontam os líderes europeus no texto, é "plenamente responsável por este ato de agressão e toda a destruição e perdas de vidas humanas que causará. Será responsabilizada por suas ações".
O alto representante da UE para a política externa, Josep Borrell, havia advertido durante esta quinta que o enorme pacote de sanções em estudo - o maior lançado pelo bloque - colocaria a Rússia em risco de um "isolamento sem precedentes".
Por sua vez, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que, com as sanções, "debilitaremos a base econômica da Rússia e sua capacidade de modernização".
"Ademais, congelaremos os ativos russos na UE e impediremos o acesso dos bancos russos ao mercado financeiro europeu", adiantou.
"Precisamos de sanções dolorosas", disse o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, ao chegar à sede da reunião, utilizando uma expressão que, com numerosas variantes, foi repetida por várias fontes.
Contudo, os países da UE optaram por não excluir agora o sistema financeiro russo do sistema interbancário SWIFT, como havia pedido o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky.
Um diplomata europeu revelou à AFP que "vários países" se opuseram a adotar agora essa medida, já que preferiam manter essa carta na manga.
Ao chegar ao local da cúpula, o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que "é muito importante que decidamos sobre as medidas que foram preparadas nas últimas semanas e que guardemos todo o resto para uma situação em que seria necessário fazer outras coisas".
Contudo, o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, afirmou que a eventual exclusão da Rússia do sistema SWIFT deveria ser coordenada de forma estreita com outros países ocidentais, em particular os Estados Unidos e o Reino Unido.
De acordo com o site da associação nacional russa Rosswift, a Rússia é o segundo país - superado apenas pelos Estados Unidos - em número de usuários, com cerca de 300 bancos e instituições membros do sistema.
Mais da metade das organizações creditícias russas estão representadas no SWIFT, segundo a Rosswift.
Hoje, o ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, escreveu no Twitter que os que se opõem à exclusão russa do sistema SWIFT terão em suas mãos "o sangue de homens, mulheres e crianças ucranianas inocentes".
A declaração adotada nesta quinta também expressa a "firme condenação" da UE à "participação de Belarus na agressão contra a Ucrânia".
Nesse sentido, o documento formula uma "convocação para a preparação urgente e a adoção de um pacote de sanções econômicas e individuais que também inclua Belarus".
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