As reações na América Latina à crise na Ucrânia
Os países da América Latina pediram uma solução pacífica e reagiram ao conflito na Ucrânia. Brasil e México são os dois países representados no Conselho de Segurança da ONU, que acompanha a evolução do conflito.
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O Itamaraty destacou, em nota, que "acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares" por parte da Rússia e apelou à "suspensão imediata das hostilidades".
O presidente Jair Bolsonaro evitou nesta noite criticar a Rússia. Em mensagem nas redes sociais, disse que seu governo "tem interesse em aprofundar seus laços de amizade, bem como comerciais, com outros países", e mencionou Rússia, Ucrânia e Hungria.
O vice-presidente, Hamilton Mourão, disse à imprensa que "o Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com a invasão do território ucraniano".
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, afirmou nesta quinta-feira que a política externa de seu país continuará "promovendo que haja diálogo, que não se use a força, que não haja uma invasão".
Mas o chanceler, Marcelo Ebrard, publicou no Twitter: "Temos muito claro que estamos diante de uma invasão. O México rejeita o uso da força e condena de forma enérgica a invasão russa, e pede que se encerrem as hostilidades, inicie-se o diálogo e proteja-se a população."
A Casa Rosada rejeitou "o uso da força armada", "por isso pede à Federação da Rússia a cessar as ações militares na Ucrânia" e pediu respeito à Carta das Nações Unidas e que se aja com "a maior prudência" a fim de desescalar o conflito.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, rechaçou no Twitter "o ataque premeditado e injustificado realizado contra o povo ucraniano por parte da Rússia".
"Não só atenta contra sua soberania, mas também ameaça a paz mundial", acrescentou.
Na Ucrânia moram 68 colombianos e 28 estrangeiros, que fazem parte de seu núcleo familiar. O governo anunciou gestões diplomáticas para "facilitar" sua "saída do território ucraniano", segundo declaração de Duque na sede da Presidência, em Bogotá.
O presidente chileno, Sebastián Piñera, emitiu uma declaração em suas redes sociais, na qual afirma que o país "condena a agressão armada da Rússia e sua violação à soberania e integridade territorial da Ucrânia. Estes atos violam o direito internacional e atentam contra vidas inocentes, a paz e a segurança internacional. O Chile insta a Rússia a respeitar as Convenções de Genebra sobre o direito internacional humanitário. Colaboraremos com outros países para buscar uma solução pacífica do conflito, dentro do marco do direito internacional e da Carta das Nações Unidas". Segundo a chancelaria chilena, há pelo menos 53 chilenos em várias cidades da Ucrânia.
"A Venezuela rejeita o agravamento da crise na Ucrânia como resultado da violação dos acordos de Minsk pela Otan", tuitou o presidente socialista Nicolás Maduro, ecoando uma declaração oficial.
No comunicado, se faz "um chamado a retomar o caminho do entendimento diplomático por meio de um diálogo efetivo entre as partes envolvidas no conflito, a fim de evitar uma escalada".
"O Equador acredita no multilateralismo e está disposto a respeitar e apoiar as decisões que tomar o Conselho de Segurança da ONU", disse na quinta-feira o presidente Guillermo Lasso.
"Repudiamos todo ato bélico que põe em alerta a população civil", escreveu no Twitter anteriormente o chanceler Juan Carlos Holguín.
Cerca de 700 equatorianos estão na Ucrânia.
Em um tuíte de sua chancelaria, o Peru manifestou profunda preocupação com a evolução dos acontecimentos na Ucrânia, rejeitou o uso da força e reiterou seu apelo à suspensão de todas as hostilidades e violações ao cessar-fogo na Ucrânia.
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, disse que seu país expressava "ao povo da Rússia, ao presidente (russo, Vladimir) Putin, nossa solidariedade e nosso incentivo nessa luta que o povo russo está travando pela paz", ao se dirigir ao presidente da Duma (Câmara Baixa do Parlamento russo), Viacheslav Volodin, presente na Nicarágua após visitar Cuba.
O presidente Miguel Díaz-Canel, que se reuniu na quarta-feira, em Havana, com o presidente da Duma (Câmara baixa russa), Viacheslav Volodin, expressou posteriormente "sua solidariedade com a Rússia, diante da imposição de sanções e da expansão da Otan para suas fronteiras".
A chancelaria "expressa sua profunda preocupação com a operação militar da Rússia na Ucrânia, e pede o retorno ao respeito dos princípios do Direito Internacional, que são essência da convivência pacífica entre os Estados, ao mesmo tempo em que manifesta seu repúdio categórico ao uso da força que provoque uma escalada armada international gerada pela situação na Ucrânia. Honduras ratifica seu chamado a uma saída política para o conflito na Ucrânia".
A Guatemala expressou em um comunicado "sua profunda preocupação com a invasão das forças armadas" da Rússia "ao território soberano da Ucrânia, ao se somar "à condenação global por este ato injustificado que ameaça a vida de centenas de milhares de pessoas".
O presidente Mario Abdo disse em sua conta no Twitter nesta quinta que "o Governo paraguaio condena os ataques ao povo ucraniano, em violação aos princípios de soberania e do direito internacional e insta os agressores a deterem suas ações, chamando ao diálogo pela paz e estabilidade mundial".
Em um comunicado, o Uruguai manifestou seu "repúdio à ameaça ou uso da força" e que "a solução pacífica das controvérsias constituem princípios que orientam a política externa do Uruguai e conforme eles, nosso país incentiva as partes envolvidas a continuar com as negociações diplomáticas e a busca de acordos políticos, como única forma de dirimir o conflito de interesses existente".
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