Chuva volta a cair em Petrópolis, que continua somando mortos pelo temporal
11:26 | Fev. 18, 2022
A cidade serrana de Petrópolis amanheceu com uma forte chuva nesta sexta-feira (18), três dias após um temporal histórico que deixou ao menos 118 mortos e cobriu bairros inteiros de lama, sob a qual ainda há desaparecidos.
De volta de sua viagem à Rússia e à Hungria, o presidente Jair Bolsonaro visitará a cidade nesta sexta-feira e sobrevoará a área devastada.
O papa Francisco expressou "suas condolências" e compartilhou "a dor de todos os enlutados, ou que perderam seus bens", em um telegrama em português enviado ao bispo de Petrópolis, Gregório Paixão Neto.
Nesta antiga cidade imperial, situada 68 quilômetros ao norte do Rio de Janeiro em uma região serrana, mais de 500 bombeiros e centenas de voluntários, com a ajuda de cães, escavadeiras e aeronaves, trabalham incansavelmente. A esperança de encontrar vítimas com vida se esgota, no entanto, a cada hora que passa.
Pela manhã, as autoridades municipais voltaram a ativar as sirenes de alerta, em meio a uma forte chuva que ameaça provocar novos deslizamentos.
As chuvas voltaram com força na quinta-feira à noite. As tarefas de resgate foram suspensas, e moradores de vários bairros receberam alarmes e mensagens de texto para ficarem na casa de familiares, ou procurar abrigos públicos, "devido ao volume de chuva que afeta a cidade e que seguirá, com intensidade entre moderada e forte, nas próximas horas", informou a Defesa Civil local.
"Sinto medo ao ver que volta a chover, porque o chão continua encharcado. Penso nas famílias que vivem nos bairros onde já morreram muitas pessoas e me desespero", disse à AFP Rodne Montesso, um habitante de Petrópolis de 45 anos, cuja casa não corre risco.
Ao menos duas ruas foram fechadas, e seus moradores foram retirados, preventivamente, após um deslizamento de "blocos rochosos", que não deixou feridos, acrescentou a instituição.
Na terça-feira (15), o volume de chuva foi tão grande que várias colinas da cidade desabaram, levando torrentes de lama que sepultaram dezenas de casas e arrastaram carros, ônibus com passageiros e tudo em seu caminho.
Um desastre com números cada vez mais dramáticos.
Até o momento, há 118 mortos confirmados, 24 resgatados e 849 deslocados. Os números de desaparecidos são confusos, devido aos poucos corpos identificados.
Até quinta-feira, a Polícia Civil registrava 116 desaparecidos, segundo a imprensa local. O Ministério Público informou à AFP que, em seu serviço para localização de pessoas, estão registradas 35. Ambos os números serão revisados, à medida que sobreviventes forem localizados, ou corpos, identificados.
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