Peru declara alerta epidemiológico por surto de dengue com 8 mortes
Peru, o país com maior taxa de mortalidade no mundo por covid-19, declarou um alerta epidemiológico ante um novo surto de dengue, que causou oito mortes e mais de 5.000 casos no decorrer deste ano, informou nesta quarta-feira (16) o Ministério da Saúde.
O surto acontece em quase metade do país e em Lima, onde as autoridades começaram a fumegar em várias zonas para evitar a presença do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a zika e a chikungunya.
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"Foram notificados 5.218 casos de dengue [...], entre eles oito óbitos", assinalou em comunicado o Centro Nacional de Epidemiologia do Ministério da Saúde, citando dados relativos ao encerramento da primeira semana de fevereiro.
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, observa-se um aumento de mortes (+1), apesar de as infecções terem caído mais de 50%.
O alerta consiste em um chamado aos serviços sanitários "para fortalecer o sistema de vigilância epidemiológica" e controle da população e também para a realização de campanhas informativas e educativas.
A dengue é uma doença endêmica de zonas tropicais que provoca febre alta, dor de cabeça, náusea, vômito, dor muscular e, nos casos mais graves, hemorragia que pode levar à morte.
Durante o ano de 2021, o Peru registrou 39 mortes e 49.274 casos de dengue. Em 2020, foram 86 óbitos e 46.749 casos da doença, segundo o Ministério da Saúde.
Os dois anos de pandemia de covid-19 - 2020 e 2021 - refletem um aumento da dengue em comparação com o último ano pré-pandêmico: em 2019 foram 37 mortes e 15.287 casos.
A pandemia provocou interrupções no atendimento a enfermidades tropicais - como a dengue -, que podem atrapalhar no controle e na eliminação dessas doenças, advertiu em janeiro a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
A dengue foi detectada no Peru pela primeira vez em 1984 e se transformou em uma enfermidade endêmica.
O Peru é o país com maior taxa de mortalidade por covid-19 no mundo, com 6.300,4 mortes por milhão de habitantes, segundo o balanço feito pela AFP com base em números oficiais.
Cerca de 10% dos 33 milhões de peruanos contraíram o vírus, segundo as autoridades sanitárias, e 207.000 morreram.