Opas alerta para aumento das mortes por covid-19 nas Américas
As mortes por covid-19 aumentaram pela sexta semana consecutiva nas Américas, chegando a 202 por hora, apesar da queda nas novas infecções, informou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta quarta-feira (16).
Os novos casos caíram 31% em relação à semana anterior, mas seguem muito altos (3,3 milhões), e as mortes subiram 5,6% (mais de 34 mil), disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, em coletiva de imprensa virtual.
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As mortes aumentaram sobretudo nos Estados Unidos (17 mil), mas também na América Central, no Brasil e nos países do Caribe.
A covid-19 foi mais letal nas Américas do que em qualquer outra região, com mais de 2,5 milhões de mortes ao longo da pandemia e mais de 100 mil apenas no primeiro mês de 2022.
Para Sylvain Alighieri, encarregado do acompanhamento da pandemia da Opas, afiliada à Organização Mundial da Saúde (OMS), esta diferença entre o aumento das mortes e a queda no número de casos se deve a que "podem passar de três a quatro semanas ou mais desde o início da doença até a hospitalização e o agravamento da doença e, possivelmente, a morte".
Além disso, quando a variante ômicron, altamente contagiosa, chegou, não eram aplicadas na região as ferramentas apropriadas: as pessoas haviam relaxado as precauções, viajavam e se reuniam em ambientes fechados, muitas vezes sem máscara, acrescentou Etienne.
Em todos os países da região, mais da metade das mortes corresponde a pessoas com mais de 65 anos.
No entanto, a idade não é o único fator. Também influencia o fato de que muitos não foram vacinados e "continuam a lotar hospitais e leitos de terapia intensiva", afirmou a diretora.
Quatorze países e territórios da região já imunizaram mais de 70% da população elegível.
Essa é a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e para alcançá-la nas Américas é preciso garantir que pelo menos mais 20 milhões de pessoas recebam todas as suas doses das vacinas anticovid.
De acordo com a Opas, 100 milhões de doses foram entregues - 30% delas doadas - a 33 países da América Latina e Caribe, graças ao trabalho de seu Fundo Rotativo, em coordenação com o mecanismo Covax, que negocia o preço dos imunizantes para que todos os países possam ter acesso.
Trinta por cento das doses foram doadas.
"Precisamos agir rápida e decisivamente para salvar vidas. Esta não será a última variante, e o futuro da pandemia ainda é extremamente incerto. As decisões que tomamos hoje podem ter um efeito dominó nos próximos meses e anos", alertou Etienne.
A característica principal desta pandemia é a incerteza e "nosso objetivo durante 2022 é passar de uma resposta pandêmica aguda a um controle sustentado", com medidas de segurança pública, vacinação e gestão clínica dos casos. No entanto, "os medicamentos têm impacto zero na transmissão e não acabam per se com a pandemia", lembra Alighieri.
A desinformação e a reticência de algumas pessoas a se vacinar trazem problemas.
Jarbas Barbosa, subdiretor da Opas, lamentou o caso do tenista Novak Djokovic, que decidiu não se vacinar contra a covid-19.
"É uma pena ver uma pessoa que tem acesso à informação, que pode checar todas as informações que quiser, usar o argumento de 'eu quero proteger o meu corpo' como se fosse unicamente um aspecto individual", afirmou Barbosa, assegurando que as vacinas "são seguras e eficazes" e "estão salvando milhões de vidas".
"É uma pena (...) porque além de (a vacina) ser uma proteção individual, é um pacto coletivo", disse, reforçando que as autoridades públicas devem informar continuamente porque a cada dia "saem nas redes sociais informações falsas".
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