Ex-presidente hondurenho Hernández é preso após pedido de extradição dos EUA
O ex-presidente de Honduras Juan Orlando Hernández foi preso nesta terça-feira (15) sem resistência, depois que um juiz ordenou sua captura após um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, que o acusam de ter vínculos com o narcotráfico, constatou um fotógrafo da AFP.
Hernández deixou sua casa e imediatamente policiais vestiram nele um colete à prova de balas e algemaram suas mãos e pés para levá-lo a uma unidade policial para ser apresentado posteriormente perante um juiz.
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Diante do pedido apresentado pelos Estados Unidos na segunda-feira, a Corte Suprema de Justiça (CSJ) hondurenha convocou uma sessão virtual e nomeou um juiz que, imediatamente, emitiu a ordem de captura.
A prisão ocorreu no âmbito de uma operação das forças de segurança hondurenhas, com o apoio de agências americanas, incluindo a Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA), informou a polícia em comunicado.
O porta-voz da CSJ, Melvin Duarte, explicou que o juiz vai avaliar as informações apresentadas pelos Estados Unidos para decidir sobre a extradição.
"Normalmente o que acontece é que quando a pessoa já está localizada, a audiência preliminar é marcada quase imediatamente", explicou o porta-voz, que acrescentou que em outros casos os processos de extradição não demoraram mais de quatro meses.
Hernández, que entregou o poder em 27 de janeiro passado à esquerdista Xiomara Castro, é acusado de "conspiração para importar uma substância controlada para os Estados Unidos (...) com a intenção e conhecimento de que tal substância seria importada ilegalmente para os Estados Unidos".
Ele também é acusado de "usar ou portar armas de fogo, ou ajudar a incentivar o uso, porte e posse de armas de fogo (...) metralhadoras e dispositivos destrutivos".
Uma terceira acusação é de "conspiração para usar ou transportar armas de fogo (...) em apoio à conspiração para importar narcóticos" para os Estados Unidos.
Na "conspiração, Hernández transportou cerca de 500 toneladas de cocaína através de Honduras com destino aos Estados Unidos" e recebeu propina do chefe de cartel mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán, segundo a nota da embaixada de Washington em Tegucigalpa.
Hernández rejeitou insistentemente as acusações e se autoproclama o presidente hondurenho que mais combateu os cartéis, com o apoio de agências dos Estados Unidos, e atribui as acusações a uma vingança de chefes do tráfico processados no país norte-americano.
Entre suas realizações, Hernández detalhou que durante seu governo, 28 chefes de cartel foram extraditados e outros 31 foram entregues aos Estados Unidos, enquanto 41.240 quilos de cocaína foram apreendidos entre 2014 e 2021.