Imprensa russa é pressionada para suprimir conteúdo ligado a Navalny
Vários meios de comunicação russos disseram, nesta terça-feira (1º), que removeram, sob pressão das autoridades, artigos ligados a investigações feitas pela equipe do opositor Alexei Navalny - em particular, uma sobre o "palácio de Vladimir Putin".
Sete veículos, como Dojd, Meduza, Znak, Ecos de Moscou, Svobodnie Novosti, The Village e Bumaga, relataram que receberam notificações da agência reguladora do setor de telecomunicações, a Roskomnadzor, solicitando a exclusão de dezenas de conteúdos.
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Segundo eles, os artigos em questão ecoam as investigações da equipe do ativista anticorrupção Navalny. Preso há mais de um ano, ele é considerado o principal opositor político do presidente Putin.
Uma dessas investigações, que cita vários funcionários de alto escalão do Kremlin, refere-se a um "palácio" de Putin, às margens do Mar Negro.
Publicada em janeiro de 2021 no YouTube, poucos dias depois da prisão de Navalny, esta investigação acumula mais de 121 milhões de visualizações até o momento. O Kremlin nega que esta casa pertença a Putin.
A rádio Ecos de Moscou, a emissora de televisão Dojd, os veículos de mídia independente Znak e Meduza e a agência de notícias local "Svobodnie Novosti" informaram que o conteúdo indicado pela Roskomnadzor foi removido.
Já Meduza especificou ter cedido "por causa da ameaça de que seu site na Rússia seria bloqueado".
Procurada pela AFP, a Roskomnadzor ainda não se pronunciou sobre o envio desses pedidos.
"A Roskomnadzor exige mudar a realidade, limpar a Internet e abolir os fatos", denunciou Leonid Volkov, um exilado próximo a Navalny, em um tuíte.
Em junho de 2021, as principais organizações de Navalny foram declaradas "extremistas" pela Justiça russa, uma decisão que levou ao seu fechamento e ao julgamento de muitos de seus ativistas. Em 25 de janeiro, o próprio Navalny foi incluído em uma lista oficial de "terroristas e extremistas".
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