Ex-militar neonazista francês condenado a 9 anos de prisão por preparar 'ação terrorista'

18:24 | Jan. 28, 2022

Por: AFP

Um ex-militar neonazista francês foi condenado nesta sexta-feira (28) por um tribunal de Paris a 9 anos de prisão depois de ser considerado culpado de preparar "um ato terrorista individual".

Aurélien Chapeau, 38 anos, ex-cozinheiro do exército que virou agente de segurança, foi preso em maio de 2020, depois de espalhar mensagens de apologia ao nazismo, comprar armas e fazer buscas em locais relacionados à comunidade judaica.

O Tribunal Correcional de Paris declarou o ex-militar "culpado de preparação individual para cometer um ato de terrorismo".

A pena é um pouco menor do que o máximo de 10 anos solicitado pela promotoria, que considerou que estavam reunidos todos os elementos para classificar o projeto do ex-militar como "terrorista", a saber: ideologia, porte de armas e, sobretudo, a identificação de alvos.

"O tribunal não lê os presságios, não estamos aqui para saber se teria agido sem a intervenção da polícia", disse o presidente do tribunal ao declarar a sentença.

O tribunal, ao constatar a posse de armas, bem como "a publicação de conteúdo racista, antissemita ou xenófobo", julgou que o nível de preparação de Chapeau foi "completamente atingido" e foi de "alta intensidade".

De acordo com a investigação, Chapeau pesquisou na internet locais frequentados pela comunidade judaica em Limoges (centro), Estrasburgo (leste) e na região de Paris. Ele também postou capturas de tela de alguns endereços em fóruns.

"A internet e as redes sociais não são meras reservas de ódio em que se escolhe propaganda prejudicial", concluiu o presidente do tribunal.

Para a sentença, foi levado em conta o início do "reconhecimento" pelo acusado "da periculosidade de seus atos".

Chapeau repetiu por três dias que havia "se embriagado com propaganda nauseante" com a intenção de "criar um rebuliço" entre seus colegas na internet.

Durante o julgamento, ele também disse várias vezes que estava arrependido.

O intermediário que lhe forneceu armas ilegais sem conhecer o contexto ideológico foi condenado a 20 meses de prisão. Ele não compareceu ao julgamento por motivos de saúde.

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