Atirador deixa 1 morto e 3 feridos em universidade na Alemanha
Um jovem alemão de 18 anos matou nesta segunda-feira (24) uma estudante e feriu outros três alunos quando abriu fogo em um anfiteatro da Universidade de Heidelberg, no sudoeste da Alemanha, antes de se suicidar.
Havia cerca de 30 alunos no recinto quando o atirador entrou e efetuou vários disparos com uma "arma longa", provavelmente um fuzil, contou o chefe de polícia local, Siegfried Kollmar.
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O ataque aconteceu pouco depois do meio-dia (8h00 em Brasília), provocando uma grande confusão na renomada universidade, a mais antiga do país, situada em Baden-Württembergen, no sudoeste da Alemanha, entre as cidades de Frankfurt e Stuttgart.
A polícia recebeu as primeiras chamadas de alerta de dentro do próprio anfiteatro e os agentes chegaram ao local dez minutos depois, explicaram os investigadores durante uma entrevista coletiva.
O atirador foi encontrado morto do lado de fora do edifício, após suicidar-se. Ele era um estudante de ciências da universidade e não estava fichado pela polícia, segundo os primeiros elementos da investigação.
Quatro pessoas foram atingidas pelos disparos, entre elas uma jovem de 23 anos que morreu mais tarde no hospital. Os outros sofreram ferimentos nas pernas, costas e no rosto, explicou Kollmar.
O jovem portava duas armas "compradas no exterior", segundo a polícia, que encontrou "mais de 100 munições" em sua mochila.
Segundo o Ministério Público, a motivação do ataque ainda não foi determinada, mas os investigadores indicaram que "os primeiros indícios" apontam que o autor dos disparos sofria "uma doença psíquica há bastante tempo".
Pouco antes do ocorrido, o estudante havia enviado uma mensagem de Whatsapp na qual dizia que as "pessoas têm que ser punidas agora" e que ele desejava ser sepultado no mar, explicou Kollmar.
Os investigadores revistaram sua casa, situada na cidade vizinha de Mannheim, para tentar obter mais informações.
Por sua vez, o chanceler alemão Olaf Scholz expressou consternação pelo ataque e disse que os seus pensamentos estão com as vítimas e seus familiares.
"Fico com o coração partido ao ouvir essas notícias", disse Scholz em uma entrevista coletiva em Berlim.
O tiroteio provocou uma grande operação policial e as autoridades pediram à população que não permanecesse no local para permitir o trabalho dos socorristas e dos serviços de emergência.
O campus, situado na margem norte do rio Neckar, abriga faculdades de ciências naturais, departamentos do hospital universitário e um jardim botânico.
A universidade, fundada em 1386, é a mais antiga da Alemanha e é uma escola pública, com uma ampla gama de cursos, desde humanidades até medicina.
Seu lema é "Semper apertus" ("Sempre aberta") e a instituição se compromete a trabalhar com um espírito de abertura e tolerância.
Depois de vários semestres de ensino à distância devido à pandemia, as aulas foram retomadas em outubro, disse à AFP um pesquisador que trabalha na universidade.
A legislação alemã sobre a posse de armas de fogo se tornou mais rígida após dois ataques contra escolas na cidade de Erfurt (leste), em abril de 2002, e na localidade de Winnenden (sudoeste) em março de 2009.
As armas utilizadas em ambos os casos estavam legalmente registradas.
O país conta agora com uma das legislações mais estritas da Europa, que exige que os menores de 25 anos se submetam a um exame psiquiátrico antes de solicitar uma licença de armas.
Em 2016, nove pessoas foram assassinadas por David Ali Sonboly, que abriu fogo em um centro comercial em Munique. Outras 35 pessoas ficaram feridas nesse ataque, que começou em uma lanchonete do McDonald's e terminou quando o atirador usou sua Glock 9 mm para se suicidar.
O atentado em Munique gerou um intenso debate no país sobre a conveniência de voltar a endurecer a legislação sobre armas.
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