Fortuna dos 10 mais ricos do mundo dobrou na pandemia, diz Oxfam
A lista tem nomes como Elon Musk, Bill Gates e Mark Zuckerberg
07:51 | Jan. 17, 2022
A fortuna dos dez homens mais ricos do mundo dobrou desde o início da pandemia de coronavírus, enquanto a renda de 99% da humanidade encolheu, de acordo com um relatório da Oxfam publicado nesta segunda-feira, 17.
"O aumento das desigualdades econômicas, de gênero e raciais e as desigualdades entre os países destroem nosso mundo", denuncia a ONG de luta contra a pobreza, em um relatório intitulado "As desigualdades matam" e publicado antes do Fórum Econômico de Davos.
A riqueza acumulada do grupo de multibilionários conhece, desde o início da pandemia, "seu aumento mais forte já registrado, atingindo seu nível mais alto", em 13,8 trilhões de dólares.
As dez pessoas mais ricas do mundo incluem, segundo a revista Forbes, Elon Musk, o chefe da Tesla, Jeff Bezos (Amazon), Bernard Arnaud (LVMH), Bill Gates (Microsoft), Mark Zuckerberg (Meta/Facebook), Waren Buffett (Berkshire Hathaway) e Larry Ellison (Orecle).
A ONG acrescenta que "podemos superar a pobreza extrema por meio de uma tributação progressiva" e sistemas públicos de saúde gratuitos para todos.
A Oxfam também recomenda que a criação de sindicatos não seja impedida e que a propriedade intelectual seja removida das patentes de vacinas.
De acordo com a Oxfam, a desigualdade contribui para a morte de "pelo menos 21 mil pessoas por dia" por falta de acesso a cuidados de saúde, violência de gênero, fome e crise climática.
"Um imposto excepcional de 99% sobre a renda procedente da pandemia dos 10 homens mais ricos permitiria a produção suficiente de vacinas para o mundo, forneceria uma cobertura social e de saúde universal, financiaria a adaptação climática e reduziria a violência baseada em gênero em 80 países", aponta a organização.
Esses magnatas ficaram "8 bilhões de dólares mais ricos do que antes da pandemia".
"Os multibilionários tiveram uma grande pandemia. Os bancos centrais injetaram bilhões de dólares nos mercados financeiros para salvar as economias, muitos dos quais acabaram nos bolsos dos multibilionários", destaca.
O Fórum Econômico Mundial alertou que as grandes desigualdades no acesso às vacinas contra a covid-19 podem enfraquecer a luta contra as principais causas internacionais, como as mudanças climáticas.
O fórum presencial de Davos foi adiado para o verão devido à variante ômicron, mas uma edição online começa nesta segunda-feira e vai até 21 de janeiro.