Petrobras voltará a aumentar preço da gasolina e do diesel
A Petrobras anunciou nesta terça-feira (11) que voltará a aumentar o preço da gasolina (4,85%) e do diesel (8,08%) para as distribuidoras, uma medida incômoda para o presidente Jair Bolsonaro em meio à disparada inflacionária no país.
"Esses ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras", destacou a estatal em um comunicado.
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O preço da gasolina subirá a partir desta quarta-feira de 3,09 a 3,24 reais o litro, enquanto o do diesel passará de 3,34 a 3,61 reais o litro.
O preço final pago pelo consumidor, ao qual é preciso adicionar custos de distribuição, venda e impostos, é muito mais alto, e depende de cada estado.
No último reajuste de preços, em dezembro, a Petrobras baixou, pela primeira vez desde junho, o preço da gasolina (cerca de 3,1%) e manteve o do diesel inalterado.
O anúncio ocorre no mesmo dia em que o IBGE revelou que o país acumulou em 2021 inflação de 10,06%, a mais alta desde 2015 e muito superior à do ano anterior (4,52%).
A cifra foi muito influenciada pelo avanço no setor dos transportes, especialmente afetado pela alta dos combustíveis.
"Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021", explicou o encarregado do índice de inflação do IBGE, Pedro Kislanov. O diesel acumulou alta de 46,04%.
A inflação é uma das principais causas da queda da popularidade de Bolsonaro (PL), que tentará a reeleição em outubro em um contexto econômico muito delicado.
O presidente costuma ser muito crítico à política de preços da Petrobras, que leva em conta a evolução da taxa de câmbio e o preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Em fevereiro, Bolsonaro substituiu o economista Roberto Castello Branco na presidência da Petrobras pelo general da reserva Joaquim Silva e Luna, após criticar as altas nos prelos do diesel. A decisão ocorreu no âmbito de um forte descontentamento dos caminhoneiros, uma dos setores de que dão apoio eleitoral ao presidente.