Retomadas as buscas após queda de rochas que matou oito pessoas em Capitólio

Os bombeiros retomaram neste domingo (9) a busca por dois desaparecidos, após o desabamento de uma falésia em um lago no interior de Minas Gerais, que deixou pelo menos oito turistas mortos.

"A nossa primeira equipe de busca localizou mais um corpo, encontrado submerso", disse Rodrigo Castro, integrante do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

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"Neste momento contamos com 8 óbitos já confirmados e carecemos ainda de localizar duas vítimas que ainda estão desaparecidas".

Ao meio-dia deste sábado, um grande fragmento de rocha se desprendeu de um paredão e caiu em cima de quatro lanchas de turismo no Lago de Furnas, região turística do estado.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram o momento em que o maciço se desprende e cai sobre as embarcações, ante o pânico de passageiros que presenciavam a cena de outras lanchas.

Outro registro mostra um minuto antes do desabamento, em que várias pessoas avisaram que "muitas pedras estão caindo" e gritaram para os ocupantes dos demais barcos se afastarem do paredão.

O presidente Jair Bolsonaro compartilhou nas redes sociais algumas dessas imagens e chamou o acidente de "lamentável desastre".

Os mortos e desaparecidos estavam na embarcação mais atingida pela rocha, segundo os bombeiros.

Mais de 30 pessoas ficaram feridas, das quais nove precisaram ser hospitalizadas.

As causas do acidente ainda estão sendo investigadas, mas as fortes chuvas que caíram nos últimos dias no sudeste do Brasil favoreceram o desprendimento, segundo os bombeiros.

A região do Capitólio, a 300 km da capital Belo Horizonte, atrai muitos turistas brasileiros com seus paredões rochosos e cachoeiras que circundam as águas verdes do Lago de Furnas, formado pela hidrelétrica de mesmo nome.

"A natureza peculiar desse lugar, todo o atrativo turístico que a paisagem proporciona, com essa barragem que forma o enorme lago, com muitas cachoeiras e quedas d'água no entorno, é justamente criada pela erosão do relevo continental. E esse é um processo natural e constante", explicou à AFP o geógrafo Eduardo Bulhões, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Soma-se a essa erosão natural as chuvas intensas, que provocam deslizamentos como o ocorrido no sábado, chamados de "movimentos de massa".

"Dezembro e janeiro são os meses com mais chuva em Capitólio e, consequentemente, os meses com maior potencial de movimentos de massa", afirmou Bulhões.

Para evitar mais acidentes, seria aconselhável "limitar a área recreativa, afastando os passeios dos paredões e quedas d'água" na temporada de maior risco, concluiu o especialista.

mel/lda/ap

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