Nigéria: polícia apreende pertences de repórter durante entrevista

Celular e documento de identificação de repórter do jornal Punch foram recolhidos por oficial da Unidade Especial de Fraudes; jornalista segue há quase uma semana sem acesso aos pertences

02:30 | Jan. 03, 2022

Por: Bemfica de Oliva
Sede da delegacia da SFU em Lagos, Nigéria (foto: Reprodução/Google)

Um repórter do jornal Punch, da Nigéria, teve pertences apreendidos pela polícia durante o exercício da profissão em Lagos, capital do país. Segundo o veículo, o jornalista Toni Ufoh realizava entrevistas em frente a uma delegacia da Unidade Especial de Fraudes (SFU, na sigla em inglês), quando foi abordado por oficiais do órgão.

Ufoh entrevistava pessoas que alegavam ter sofrido estelionato de uma imobiliária da cidade. O dono da empresa teria recebido mais de 51 milhões de nairas nigerianas (cerca de R$ 700 mil) em aluguéis adiantados de um prédio residencial.

O empresário teria prometido a entrega dos apartamentos no começo de dezembro. Porém, quando as vítimas chegaram ao edifício, já havia outras pessoas morando no local.

Na abordagem, os policiais alegaram que o repórter estava realizando filmagens do local sem permissão prévia. Eles recolheram o documento de identidade do jornalista e seu celular, além de o obrigarem a apagar as fotos das pessoas entrevistadas. Ele também chegou a ser ameaçado de prisão.

O editor-chefe do jornal, Ademola Oni, chegou a registrar uma queixa ao inspetor-geral de polícia. O veículo também solicitou formalmente a entrega dos pertences do repórter. Nesta segunda-feira, 3, a abordagem completa seis dias sem que os objetos tenham sido devolvidos.

Em nota, a SFU afirmou que o jornalista teve os pertences apreendidos por não solicitar permissão ao escritório de relações públicas do órgão antes de realizar as entrevistas. A polícia informou que os objetos serão devolvidos nesta terça-feira, e que não foram entregues antes devido ao feriado de ano-novo e ao fim de semana.

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