Brasil registra maior alta da inflação em 12 meses desde novembro de 2003

Autor DW Tipo Notícia

Protestos contra as medidas econômicas adotadas pelo governo ocorreram em outubro no país, como em São PauloÍndice de Preços ao Consumidor (IPCA) teve aumento de 0,95% entre outubro e novembro no país, o que indica alta acumulada de 10,74% nos últimos 12 meses. Número supera o patamar de 2016 e é o maior desde o final de 2003.Com elevação de 0,95% no período entre os meses de outubro e novembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) acumula alta de 10,74%, contando os 12 meses anteriores. O resultado supera o índice registrado em janeiro de 2016, quando a inflação foi de 10,71% - o mais alto registrado durante o governo de Dilma Rousseff. E, mais do que isso, apresenta o maior aumento desde novembro de 2003, quando a inflação atingiu 11,02%. A alta foi puxada principalmente pelo aumento nos preços dos combustíveis, que subiram mais de 50% no último ano. Outro setor que impulsionou os números foi a energia elétrica. Nos últimos 12 meses, a alta acumulada é de mais de 31%. Ainda que o resultado esteja abaixo do que foi projetado por especialistas do mercado - a variação mensal seria acima de 1%, e a acumulada anual, ainda mais próxima dos 11% -, há uma considerável distância para o teto da meta de inflação estipulada pelo Banco Central para 2021. A projeção é de 3,75% para este ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Gasolina teve aumento de mais de 50% em 12 meses De um total de nove setores analisados no mês de novembro, sete tiveram alta. Quem lidera são os transportes, com variação de 3,35% e impacto de 0,72 ponto percentual sobre a inflação. Há, neste caso, uma clara influência do aumento de preços dos combustíveis, que lideram os quesitos quando analisa-se o total acumulado dos últimos 12 meses. Com os resultados de novembro, a gasolina acumula alta de 50,78% nos últimos 12 meses. O etanol subiu 69,40%, e o diesel, 49,56%. Outro setor que influenciou o IPCA em novembro foi o da energia elétrica, que teve inflação de 1,24% em novembro. Com esse resultado, a alta acumulada em 12 meses é de 31,87%. Puxado justamente pela alta na energia elétrica, o setor de habitação teve alta de 1,03%. Após fortes aumentos em setembro (28,19%) e outubro (33,86%), as passagens aéreas tiveram recuo de 6,12% em novembro. Outros dois setores que também registraram recuo foram os de alimentos e bebidas (-0,04%) e o de saúde e cuidados pessoais (-0,57%). Alta nos juros e preocupação para 2022 Após a última reunião do ano, nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) bateu o martelo e elevou a taxa Selic em 1,5%, o que significa um índice de 9,25% ao ano, o maior nos juros em pelo menos 20 anos no Brasil. Para 2022, a projeção é de que o indicador termine o ano em no máximo 6%. A expectativa é de que a taxa atual consiga controlar a inflação para os próximos dois anos - ainda que o efeito desse aumento dos juros demore de dois a três semestres para fazer os primeiros efeitos. Especialistas já afirmaram, no entanto, que a tendência é de que o Brasil não consiga cumprir a meta estabelecida pelo governo para 2022. Com a alta nos juros e menos investimentos no país, a tendência é de menor crescimento. Devido à inflação e ao consequente menor consumo das famílias, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer menos - ou demonstrar menos sinais de recuperação. gb/ots/afp/efe

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