Nem eletrônico, nem impresso: Gâmbia escolhe presidente usando bolinhas de gude
As eleições presidenciais serão realizadas neste sábado, 4, e gambianos escolherão entre seis candidatosEm uma escola em Banjul, na Gâmbia, uma voluntária varre a sala que será usada como zona eleitoral dentro de uma escola no bairro de Manjai Kunda, ao lado de tambores com as cores, fotos e nomes dos presidenciáveis. Longe de voto em urnas eletrônicas ou mesmo voto impresso em cédulas, o país africano tem um curioso sistema de votação: Gâmbia é o único país no mundo a votar usando bolinhas de gude, inseridas em tambores. As eleições presidenciais serão realizadas neste sábado, 4, e gambianos escolherão entre seis candidatos.
À BBC, o jornalista do país Ade Daramy explicou como funciona o sistema. O eleitor tem a identidade verificada e é encaminhado para uma série de tambores pintados com as cores do partido dos diferentes candidatos. No topo de cada tambor há um cano no qual o eleitor deposita uma bola de gude entregue por um mesário. Para evitar que o eleitor coloque mais de uma "bila", uma campainha toca quando a bolinha é inserida para que os funcionários possam ouvir se alguém tenta votar mais de uma vez. Depois que as urnas fecham, as bolas de gude de cada barril são contadas e computadas.
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"A maioria dos gambianos que conheço tem muito orgulho de seu sistema de votação exclusivo", afirma Daramy à BBC. A peculiar forma de votar foi introduzida após a independência da Gâmbia em 1965, e foi escolhida devido à elevada taxa de analfabetismo do país.
O atual presidente Adama Barrow, o terceiro de Gâmbia, está concorrendo novamente contra outros cinco candidatos. Barrow disputa pelo Partido Nacional do Povo e enfrenta Ousainou Darboe (Partido Democrático Unido), Essa Mbye Faal (independente), Mama Kandeh (Congresso Democrático da Gâmbia), Abdoulie Ebrima Jammeh (Partido da Unidade Nacional) e Halifa Sallah (Organização Democrática do Povo para a Independência e o Socialismo).