EUA definem estratégias para conter covid-19 e enfrentar variante Ômicron

Poucas horas após a confirmação do primeiro caso da variante Ômicron nos Estados Unidos, o governo Biden anunciou nesta quinta-feira, 2, uma série de medidas para conter o avanço da nova cepa no país. As medidas - antecipadas pela Casa Branca em um comunicado, mas que serão anunciadas oficialmente durante discurso do presidente no Instituto Nacional de Saúde - incluem a ampliação das campanhas de vacinação, aplicação de doses de reforço e requisitos de testes adicionais para viajantes que chegam ao país. Também está previsto o plano da aplicação de testes rápidos gratuitos a domicílio.

As medidas são parte de uma nova estratégia de inverno para combater a pandemia do coronavírus, exatamente no momento em que há um aumento de infecções e mortes causadas pela variante Delta e em que a circulação da variante Ômicron preocupa todo o mundo.

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Algumas das medidas apresentadas por Biden são novas. Cerca de 150 milhões de americanos com cobertura de saúde privada poderão obter exames de coronavírus em casa - sendo reembolsados por seus seguros de saúde -, enquanto 25 milhões de testes adicionais devem ser encaminhados para centros de saúde comunitários e clínicas rurais, segundo funcionários do governo ouvidos pelo The New York Times - para que sejam aplicados a domicílio naqueles que não possuem cobertura privada, incluindo destinatários do Medicaid.

Outra parte das medidas antecipadas pela Casa Branca partem de iniciativas já existentes, como o plano de estímulo a empresas para instituir requisitos obrigatórios de vacinação ou testagem regular para seus funcionários.

Funcionários da Casa Branca disseram que as medidas permitirão que escolas e empresas permaneçam abertas. "Estamos fazendo de tudo para dar às pessoas o máximo de proteção à medida que entramos nos meses de inverno (no Hemisfério Norte)", disse um alto funcionário do governo a repórteres em uma teleconferência na noite de quarta-feira.

Biden deve revelar formalmente o plano no Instituto Nacional de Saúde, em um discurso que faz parte de um esforço mais amplo para tranquilizar os americanos de que seu governo pode controlar o vírus, independentemente de quão perigosa seja qualquer nova variante. Biden

Atrasos

Antes do discurso do presidente, especialistas em saúde pública disseram que novas medidas para afastar o coronavírus estavam atrasadas, lamentando o ritmo lento de vacinação, o aumento da desinformação que alimentou a hesitação vacinal e outros fatores que disseram ter deixado o país vulnerável a um aumento potencial de inverno de infecções. Por exemplo, 58% dos americanos foram considerados "totalmente vacinados" contra o coronavírus em 1º de novembro - um número que subiu para apenas 59,4% em 1º de dezembro, de acordo com o rastreador de vacinação do The Washington Post.

"Estamos indo pelo caminho errado" quanto ao status de vacinação, disse Eric Topol, diretor do Scripps Research Translational Institute, afirmando que o país deveria ter como objetivo imunizar pelo menos 80% de sua população para garantir proteção suficiente contra outro pico de casos. Mas "estamos em 59 [por cento] e decaindo", disse Topol, acrescentando que a proteção imunológica de muitos americanos vacinados provavelmente diminuiu porque eles ainda não receberam as vacinas de reforço.

Topol e outros também lamentaram que a capacidade de teste do país continua insuficiente, com muitos americanos até agora incapazes de obter testes rápidos que poderiam fazer antes de ir para o trabalho ou reuniões familiares, especialmente durante surtos regionais.

Muitas das medidas de Biden se concentram em encorajar mais americanos a tomar vacinas ou doses de reforço, que o governo enfatizou que fornecem a melhor proteção contra todas as variantes conhecidas do coronavírus.

O departamento federal de saúde vai lançar novos anúncios e eventos, focados em idosos, para encorajar todos os americanos adultos a tomar vacinas de reforço assim que forem elegíveis. O governo também fará parceria com a AARP, o grupo de defesa de idosos americanos, para convocar prefeituras com foco em incentivos, oferecer caronas aos locais de vacinação e buscar outras estratégias para estimular a adesão.

Testes

O governo dos Estados Unidos vai exigir, a partir da próxima semana, que todas as pessoas que chegarem ao país do exterior apresentem teste negativo para o coronavírus de até um dia, independentemente de nacionalidade ou status de vacinação. A medida é parte de um conjunto de políticas para fortalecer o combate à variante Ômicron que serão anunciadas nesta quinta-feira por Biden, de acordo com comunicado da Casa Branca. (Com agências internacionais).

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