Argentina é o país mais caro para comprar eletrônicos, aponta estudo; Brasil é 3º no ranking
A análise, realizada pela empresa Grover.com, comparou o preço dos itens mais populares em 50 países; no ranking, o Brasil ocupa a terceira posição, atrás apenas da Argentina e da Nigéria
16:37 | Nov. 20, 2021
Uma pesquisa realizada pela empresa de locação de eletrônicos de consumo, Grover.com, apontou os 15 países mais caros do mundo para comprar aparelhos tecnológicos. No estudo, foram comparados os preços dos itens mais consumidos em 50 países, incluindo lojas físicas e plataformas de e-commerce. No ranking, a Argentina ocupou a primeira posição com um desvio total de 67,34% acima do custo médio dos eletrônicos comuns.
O levantamento foi realizado para entender quais países foram mais afetados pela escassez de suprimentos causada pela pandemia da Covid-19, que ocasionou impactos na cadeia produtiva e, consequentemente, nos preços dos aparelhos em nível global. Ainda no ranking, o Brasil ocupou a terceira posição com um desvio total de 37,8%, atrás apenas da Argentina (67,34%) e Nigéria (38,33).
"Para construir o índice, selecionamos países conhecidos por fazer produtos eletrônicos, outros que abrigam as principais marcas de eletrônicos e aqueles com altas taxas de propriedade per capita de produtos eletrônicos", comunicaram os lideres da Grover.com, em nota. Em seguida, pesquisadores registraram os preços dos produtos eletrônicos populares em cada país. Nos casos em que um modelo não estava disponível, devido à escassez ou problemas na cadeia de abastecimento, foi calculado o desvio da mediana.
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Na análise, produtos com alta demanda global, como iPhone, PlayStation 5, placas de vídeo, tiveram seus valores comparados. Nestes três, a diferença local é muito perceptível.
“Os impostos, a inflação e o câmbio da moeda local costumam ser o principal ingrediente dos altos custos. A Argentina vive um momento crítico em que esses três fatores colocam o consumidor em desvantagem em relação a outros países. O mais preocupante é que existem três problemas diferentes e, embora um afete o outro, suas causas ou soluções são independentes ”, disse um porta-voz da Grover.com.
Por meio do estudo, também foi possível descobrir os 15 países que oferecem os itens eletrônicos mais baratos. No ranking positivo, Hong Kong lidera o topo da lista com custo médio 16,46% abaixo da mediana, seguido pelos Estados Unidos (-14,97) e Indonésia (-14,53). Países como a Malásia, Japão, Finlândia, Austrália, Tailândia e Polônia também fazem parte da listagem.
Os itens eletrônicos mais caros na Argentina
Iphone
Os produtos da Apple sempre estiveram entre os mais caros da região e com a defasagem cambial, este ano a diferença na tabela é muito maior. No país, o valor do iPhone excede qualquer mercado do mundo. Enquanto o iPhone 13 ainda não está disponível, o preço do 12, o modelo anterior, sobe para 2.248 euros, com um desvio em relação à média de 162%.
Uma possível explicação para essa problemática está diretamente ligada ao custo de importação, sentido não apenas pela Argentina, mas também por outras nações latino-americanas como o Brasil, que apresenta o desvio de 60,38%, a Colômbia com 41,87% e o Peru, 37,32%.
“Importar um iPhone da Argentina tem um aumento entre 54% e 57% do valor total. Entre 2011 e 2015, o celular foi proibido localmente e se você quisesse comprá-lo no exterior e declarar na alfândega, eles o apreenderiam de você. A outra desvantagem é que a Apple não tem representação no país, os escritórios que existiam na década de 1990 foram para o Chile”, afirma Horacio Benedicto, especialista em Comércio Exterior.
O Samsung Galaxy s21, o rival tecnológico do Iphone no país, tem um valor extremamente competitivo, com desvio de apenas 37%. Já no Chile, o carro-chefe sul-coreano, não há desvio (0%). Já nas demais localidades, o percentual não é tão bom, como é o caso do Brasil (-13%), Colômbia (-23%) e Peru (-12%).
PlayStation 5
Esse foi o eletrônico que mais foi afetado pela escassez de suprimentos globalmente. No levantamento, notou-se que o PlayStation 5 só apresentou disponibilidade em apenas 12 lojas físicas dos 50 países analisados, e em 18 dos 50 países em plataformas de e-commerce. O valor médio do produto no país é de 1,645 euros. Na loja oficial da Sony esse valor é bem menor, embora não esteja disponível.
O México, por sua vez, é o local ideal para adquiri-lo, pois possui um valor três vezes menor que na Argentina. O seu preço ascende a 592 euros, seguido de Hong Kong (€ 654) e dos Estados Unidos € 703.
Placas de vídeo
O país alcançou um novo recorde mundial com um desvio de 166,84%. O valor absurdo se deu devido a problemas causados pela mineração, que requer vários componentes dos computadores tradicionais com microprocessador, placa-mãe, fonte de alimentação e, principalmente, placas de vídeo (GPU).
As chamadas plataformas de mineração são essenciais para resolver os cálculos de obtenção da recompensa na forma de criptomoedas. Enquanto o preço desses componentes no país está além do admissível, na Noruega o desvio é de 4,94%, seguido pela Irlanda com 4,95.
Confira o ranking dos 15 países mais caros para comprar eletrônicos:
1. Argentina
2. Nigeria
3. Brasil
4. Colombia
5. Islandia
6. Bielorrússia
7. Chile
8. Grécia
9. África do Sul
10. Turquia
11. Perú
12. Egito
13. Países Baixos
14. Irlanda
15. Noruega
Confira o ranking dos 15 países mais baratos para comprar eletrônicos:
1. Hong Kong
2. Estados Unidos
3. Indonésia
4. Malásia
5. Japão
6. Finlândia
7. Austrália
8. Tailândia
9. Polônia
10. Rússia
11. Suíça
12. Canadá
13. Bulgária
14. Venezuela
15. Nova Zelândia