Uma em cada 50 pessoas na Inglaterra pegou covid na semana passada
Taxa é a maior desde janeiro, mas governo descarta endurecer regras. Associação de médicos critica e pede mais restrições. Apesar de aumento nos casos, número de mortes segue estável no país com alta taxa de vacinação.A incidência de covid-19 na Inglaterra está em seu maior nível desde o início do ano. A doença infectou cerca de uma em cada 50 pessoas na semana encerrada em 22 de outubro. É a quinta semana seguida de alta na taxa, segundo informou nesta sexta-feira (29/10) o escritório para estatísticas nacionais do Reino Unido. A situação é ainda pior no País de Gales, onde a doença atingiu uma a cada 40 pessoas na mesma semana. Na Irlanda do Norte e na Escócia, a taxa foi de um para 75. A aceleração do contágio foi confirmada nesta sexta pela agência britânica para segurança sanitária, que informou que a taxa de reprodução do vírus (R) na Inglaterra está entre 1,1 e 1,3. Isso significa que 10 pessoas infectadas provocarão a infecção de outras 11 a 13 pessoas. Na semana anterior, o R estava entre 1,0 e 1,2. Na quinta-feira, o Reino Unido registrou mais de 50 mil novos casos diários de covid-19, patamar que não era superado desde julho. A taxa de incidência por 100 mil habitantes em sete dias, medida usada mundialmente para avaliar a evolução da pandemia, está em 465. Para sinalizar que a pandemia ainda não foi derrotada, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, fez um gesto nesta quarta-feira. Durante uma reunião na Câmara dos Comuns, ele usou uma máscara, algo que não vinha fazendo há meses. Governo descarta mais restrições A última vez que a incidência chegou a esse patamar na Inglaterra foi na semana encerrada em 2 de janeiro, pouco antes de o país iniciar um terceiro lockdown nacional. No início do ano, porém, a campanha de vacinação ainda estava começando, e altas no número de novas infecções eram seguidas de altas no número de novas mortes pela doença. Agora, o Reino Unido tem 67% da sua população com o esquema vacinal completo, e a correlação entre alta de infecções e alta nas mortes foi em parte desfeita. O número de mortes diárias no Reino Unido está estável entre 100 e 150 óbitos por dia desde o início de setembro. Por esse motivo, Johnson afirmou que pretende tolerar o aumento no número de novos casos sem impor medidas restritivas mais duras ou recorrer a um novo lockdown. Seu governo insiste no plano de acelerar a aplicação de doses de reforço para reduzir o número de casos graves. A Associação Médica Britânica discorda, e na última semana afirmou que o governo estava agindo de forma "negligente" ao não tomar medidas adicionais para conter as infecções. A entidade pediu a reintrodução de regras mais rígidas. Contágio entre crianças A incidência calculada pelo escritório para estatísticas nacionais do Reino Unido estima o número de infecções entre toda a população que não está em hospitais, centros de cuidado ou asilos. A projeção considera um universo maior do que a população que efetivamente foi testada, para que o resultado não seja afetado pelas flutuações no número de testes. Entre os que foram testados na semana encerrada em 22 de outubro, a maior incidência de covid-19 ocorreu entre as crianças entre o sétimo e o décimo primeiro ano escolar. Nessa faixa, 9,14% testaram positivo. Entre as crianças de dois anos até o sexto ano escolar, o percentual de resultados positivos foi de 4,1%. Na outra ponta da distribuição etária, na população de 50 a 69 anos o percentual de positivos foi de 1,1%, e entre os maiores de 70 anos, de 0,8%. bl/ek (Reuters, ots)
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