Lava avança mais de 10 hectares mar adentro nas Canárias

O fluxo de lava do Cumbre Vieja, em erupção há 11 dias, chegou ao mar na madrugada de quarta-feira (29)

08:30 | Set. 30, 2021

Por: AFP
O fluxo de lava produzido pelo vulcão Cumbre Vieja cai no Oceano Atlântico na praia de Los Girres em Tazacorte, na ilha canária de La Palma, no início de 30 de setembro de 2021 (foto: SUNSETS SWEDEN / AFP)

A lava do vulcão Cumbre Vieja, da ilha espanhola de La Palma, que desemboca no mar já ganhou terreno na água e formou uma língua de mais de dez hectares de superfície - informou o Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan) nesta quinta-feira (30).

 

"A estimativa é que já passa dos dez hectares", disse à AFP o porta-voz do Involcan, David Calvo, acrescentando que a instituição fará uma medição mais exata com drones nas próximas horas.

 

O fluxo de lava do Cumbre Vieja, em erupção há 11 dias, chegou ao mar na madrugada de quarta-feira (29), após percorrer em torno de seis quilômetros. Devastou tudo em seu caminho.

 

Desde então, com o vulcão expelindo material sem parar, a cascata de lava continua a desaguar no Oceano Atlântico. O delta que está-se formando segue em crescimento.

 

"Os rios de lava continuam descendo pelo canal de lava em direção ao mar (...), estamos em uma fase de estabilidade", explicou David Calvo.

 

A lava chegou ao mar sem produzir, até o momento, os efeitos mais temidos, como explosões, ou ondas de água em alta temperatura, embora estejam sendo liberados gases potencialmente tóxicos. Esta liberação é resultado da reação do contato da lava, a mais de 1.000°C, com a água salgada.

 

Nesta quinta-feira, "continua havendo uma coluna de gás, similar ao que acontecia ontem". Hoje, porém, o vento, que no dia anterior ajudou a dissipar rapidamente o gás, diminuiu.

 

A administração de La Palma mantém os bairros de Tazacorte, município onde a lava chegou ao mar, em confinamento desde segunda-feira (27). O objetivo é evitar o impacto dos gases na população.

 

"A erupção afetou em torno de 476 hectares" desta ilha, que tem uma superfície de cerca de 70.000 hectares, e destruiu "um total de 744 construções", tuitou o governo local.

 

A erupção também levou 6.000 pessoas a abandonarem suas casas nesta ilha de 85.000 habitantes. Além disso, o cultivo de banana, sua principal atividade econômica, foi gravemente afetado.

 

 

 

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