Lava de vulcão das Canárias chega ao mar

O momento, esperado há dias, gera preocupação, uma vez que o contato da lava a mais de mil graus centígrados com o mar poderia provocar explosões, ondas de água fervente ou nuvens tóxica

A lava expelida pelo vulcão da ilha espanhola de La Palma que entrou em erupção há 10 dias chegou ao mar na madrugada desta quarta-feira, 29, um fenômeno potencialmente perigoso, informaram autoridades.

 

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A TV regional das Canárias, arquipélago espanhol no Atlântico, exibiu imagens noturnas do fluxo de lava entrando em contato com a água, enquanto produzia grande quantidade de fumaça.

 

"O fluxo de lava chegou ao mar em Playa Nueva", destacou o Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan) no Twitter. Segundo a TV regional, o contato ocorreu poucos minutos após as 23h locais desta terça-feira (19h de Brasília).

 

O momento, esperado há dias, gera preocupação, uma vez que o contato da lava a mais de 1.000 graus centígrados com o mar poderia provocar explosões, ondas de água fervente ou nuvens tóxicas, segundo a página na internet do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

 

Como precaução, os moradores das áreas mais próximas foram confinados para evitar o contato com os gases tóxicos. As casas "estão agora mesmo a dois quilômetros, há segurança suficiente, não acho que os gases cheguem a estes bairros", declarou à TV canária Juan Miguel Rodríguez, prefeito de Tazacorte, a cidade vizinha à área onde o fluxo de lava atingiu o mar. 

 

Cientistas diziam que era muito difícil prever quando a lava chegaria ao mar, já que sua velocidade havia variado nos dias anteriores. Na manhã de ontem, houve uma redução notável da atividade do vulcão Cumbre Vieja, mas à tarde a erupção voltou com intensidade renovada, o que fez com que o fluxo ganhasse velocidade e terminasse alcançando a água no dia de hoje.

 

Por causa da erupção, mais de 6.000 pessoas tiveram que deixar suas casas, mas não foram registradas vítimas. A lava já devastou 656 construções - nem todas residências - e cobriu 268 hectares da ilha, de 85.000 habitantes, que vive do cultivo de banana e do turismo, segundo o sistema de medição geoespacial europeu Copernicus.

 

O governo espanhol aprovou hoje um pacote de ajudas diretas de 10,5 milhões de euros para a aquisição de moradias e itens de primeira necessidade para quem perdeu tudo com a erupção. O auxílio está amparado na declaração de zona de catástrofe na ilha.

 

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