Lava de vulcão das Canárias chega ao mar

O momento, esperado há dias, gera preocupação, uma vez que o contato da lava a mais de mil graus centígrados com o mar poderia provocar explosões, ondas de água fervente ou nuvens tóxica

07:43 | Set. 29, 2021

Por: AFP
O fluxo de lava produzido pelo vulcão Cumbre Vieja chega ao oceano na praia de Los Girres em Tazacorte, na ilha canária de La Palma, no início de 29 de setembro de 2021 (foto: SUNSETS SWEDEN / AFP)

A lava expelida pelo vulcão da ilha espanhola de La Palma que entrou em erupção há 10 dias chegou ao mar na madrugada desta quarta-feira, 29, um fenômeno potencialmente perigoso, informaram autoridades.

 

A TV regional das Canárias, arquipélago espanhol no Atlântico, exibiu imagens noturnas do fluxo de lava entrando em contato com a água, enquanto produzia grande quantidade de fumaça.

 

"O fluxo de lava chegou ao mar em Playa Nueva", destacou o Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan) no Twitter. Segundo a TV regional, o contato ocorreu poucos minutos após as 23h locais desta terça-feira (19h de Brasília).

 

O momento, esperado há dias, gera preocupação, uma vez que o contato da lava a mais de 1.000 graus centígrados com o mar poderia provocar explosões, ondas de água fervente ou nuvens tóxicas, segundo a página na internet do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

 

Como precaução, os moradores das áreas mais próximas foram confinados para evitar o contato com os gases tóxicos. As casas "estão agora mesmo a dois quilômetros, há segurança suficiente, não acho que os gases cheguem a estes bairros", declarou à TV canária Juan Miguel Rodríguez, prefeito de Tazacorte, a cidade vizinha à área onde o fluxo de lava atingiu o mar. 

 

Cientistas diziam que era muito difícil prever quando a lava chegaria ao mar, já que sua velocidade havia variado nos dias anteriores. Na manhã de ontem, houve uma redução notável da atividade do vulcão Cumbre Vieja, mas à tarde a erupção voltou com intensidade renovada, o que fez com que o fluxo ganhasse velocidade e terminasse alcançando a água no dia de hoje.

 

Por causa da erupção, mais de 6.000 pessoas tiveram que deixar suas casas, mas não foram registradas vítimas. A lava já devastou 656 construções - nem todas residências - e cobriu 268 hectares da ilha, de 85.000 habitantes, que vive do cultivo de banana e do turismo, segundo o sistema de medição geoespacial europeu Copernicus.

 

O governo espanhol aprovou hoje um pacote de ajudas diretas de 10,5 milhões de euros para a aquisição de moradias e itens de primeira necessidade para quem perdeu tudo com a erupção. O auxílio está amparado na declaração de zona de catástrofe na ilha.

 

Colunistas sempre disponíveis e acessos ilimitados. Assine O POVO+ clicando aqui