França: candidato à presidência quer "banir" Nutella do país
Jean-Luc Mélenchon, do partido França Insubmissa, argumenta que famoso creme de cacau com avelã tem ingredientes que fazem mal à saúde de crianças e ao meio ambiente
03:53 | Set. 27, 2021
No que depender de Jean-Luc Mélenchon, candidato à presidência da França nas eleições de 2022, o país não terá mais Nutella. Em entrevista ao jornal Liberation, Mélenchon defendeu que não havia motivos para seguir vendendo o famoso creme de cacau com avelã no país.
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O candidato justifica sua posição dizendo que o produto é prejudicial à saúde e ao meio ambiente. O plano de governo dele tem outros posicionamentos sobre o tema, como a proibição da publicidade alimentar para crianças e limitações à venda de comidas ultraprocessadas.
Mélenchon, todavia, tem um ponto: apesar da Nutella ser conhecida como uma gianduia, mistura de cacau com avelã inventada por limitações econômicas na Itália do século XIX, o produto de hoje é bem distante da receita original: cerca de 30% da composição é de óleo de palma, e mais da metade é açúcar. Os dois ingredientes mais conhecidos dividem os 20% restantes com leite e outros insumos.
Enquanto os riscos do consumo excessivo de açúcar já são amplamente conhecidos, o óleo de palma não é tão famoso. Forma industrializada do azeite de dendê, a plantação em larga escala da planta que dá origem ao óleo é considerada causa de desmatamento em países como Malásia e Indonésia, responsáveis pela maior parte da produção mundial do ingrediente.
Candidato francês propõe política contra ultraprocessados
A Nutella, porém, não é o único alimento combatido por Mélenchon. Ele faz críticas gerais ao consumo de ultraprocessados, comidas que contém grandes quantidades de ingredientes artificiais e conservantes, como sal, que causam problemas de saúde.
Para o candidato, deve-se trabalhar maneiras de baratear a alimentação vegetal e popularizar o consumo de frutas, verduras e legumes por crianças, adolescentes e jovens na França. Ele propõe políticas que reduzam os preços deste tipo de alimentos, ao mesmo tempo em que remuneram melhor os produtores.
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