Caminhão funerário circula com mensagem "Não se vacine" nos EUA

Caminhão foi visto durante pelas ruas do centro de Charlotte, nos Estados Unidos, no último domingo

As pessoas que estavam circulando no entorno do centro de Charlotte, nos Estados Unidos, no último domingo, 19, se depararam com uma mensagem provocativa. Um caminhão de funerária que percorria as ruas da cidade exibindo a frase: "Don't get vaccinated", "Não se vacine" em tradução livre. 

Além da frase estampada no veículo junto à marca, havia um endereço para o site da “Wilmore Funeral Home”. Os curiosos que acessaram o endereço do site descobriram que o estabelecimento “Wilmore Funeral Home”, na verdade não existe. 

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O endereço da web levava os usuários a uma página em que dizia “Vacine-se agora. Se não, nos vemos em breve” com um link para um outro site de uma empresa de saúde chamada StarMed, que detalhava os registros das vacinas disponíveis nos EUA.

O veículo se tornou alvo de polêmica e repercutiu nas redes sociais. Segundo o jornal norte-americano The Washington Post, acabou sendo uma campanha elaborada e pouco ortodoxa para promover as vacinas contra o coronavírus, que atraiu aplausos de líderes de hospitais locais e usuários de mídia social quando se tornou viral no Twitter.

No entanto, o verdadeiro autor da mensagem continuava oculto, até a última terça-feira. "Éramos nós. Seja vacinado", revelou a agência de publicidade BooneOakley, em sua conta no Twitter.

— BooneOakley (@booneoakley) September 21, 2021

Ao The Washington Post, David Oakley, presidente da empresa, contou que os funcionários da agência idealizaram a funerária fictícia enquanto conversavam sobre quem se beneficia com o adoecimento e a morte de pessoas não vacinadas contra a Covid-19.

"Sentimos que, pessoalmente, esta era uma causa na qual acreditávamos e deveríamos usar nossos recursos para o bem comum. Se isso faz com que uma pessoa mude de ideia, vale a pena cada centavo", disse Oakley.

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A propaganda, porém, não agradou especialistas na área de comunicação em saúde, como a professora da Universidade Estadual da Carolina do Norte Stacy Wood, que estuda a campanha publicitária da vacina contra a Covid-19. "A ideia da BooneOakley promove uma pressão muito alta para mudar a mente de uma pessoa não vacinada, e corria o risco de reforçar a posição deles".

"Ao estudar como as pessoas fazem escolhas, os profissionais de marketing descobriram que, quando as pessoas se sentem pressionadas a fazer uma escolha em particular, e essa pressão é suficiente, isso as faz sentir que sua real liberdade de escolha está sendo afetada. Posso entender que a brincadeira do caminhão funerário falso foi adotada pelas pessoas vacinadas como o alívio do humor em uma situação tensa. É uma piada eficaz, mas não um marketing eficaz", afirmou ao The Washington Post.

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*Com informações do The Washington Post e O GLOBO

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