Professor se demite após acusação de "ensinar" crianças a serem gays
Caso ocorreu em cidade no Missouri, nos EUA, após docente pendurar uma bandeira do Orgulho LGBTQIA+ na sala de aula; professor registrou queixa alegando discriminação
01:51 | Set. 10, 2021
Um professor de uma escola do Missouri, nos Estados Unidos, pediu demissão após administradores da unidade de ensino terem recomendado que retirasse a bandeira do orgulho LGBTQIA+ de sua sala, assim como desautorizaram o docente a discutir sexualidade humana ou orientação sexual na escola. O caso ocorreu na semana passada na Neosho Junior High School.
John M. Wallis tem 22 anos e dava aulas de fala, teatro e mitologia mundial. Em entrevista ao site NBC News, o homem afirmou que pendurou a bandeira em sua sala no primeiro dia de aula para criar um ambiente acolhedor para todos. "No primeiro dia, tive cerca de cinco alunos que vieram até mim e me agradeceram", disse o professor.
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Dois dias depois, no dia 26 de agosto, John informou que foi chamado para uma reunião com a direção da Neosho Junior, onde foi informado que um dos pais havia ligado para a escola e alegou estar preocupado com o fato de o professor estar "potencialmente ensinando o seu filho a ser gay".
Antes de pendurar a bandeira, Wallis havia consultado os gestores e como não houve desautorização para seu ato - apesar de uma recomendação para não fazê-lo - ele optou por pendurá-la. Além disso, ele também expôs - logo acima da bandeira - duas placas que diziam "nesta sala de aula todos são bem-vindos".
Após retirar a bandeira e as placas, John revelou à reportagem da NBC que os alunos o procuraram para perguntar onde estavam símbolos. Ele então informou aos discentes que lhe foi solicitado para retirá-los. O homem também compartilhou uma carta com a emissora, mostrando que o superintendente da Neosho, Jim Cummins, o fez assinar.
No documento constava que Wallis era "incapaz de apresentar o currículo de uma maneira que mantenha sua agenda pessoal sobre sexualidade fora de sua narrativa e das discussões em sala de aula, acabaremos por rescindir seu contrato de trabalho". O professor assinou a carta, mas revelou que no dia seguinte pediu demissão.
Ele planejava ficar até o fim deste mês de setembro, mas no dia 2 a escola encontrou um substituto para sua função e pediu que John arrumasse suas coisas e deixasse a sala até o fim do dia. O professor entrou com uma queixa no Escritório de Direitos Civis do Departamento de Educação, alegando que enfrentou discriminação no emprego devido à sua orientação sexual.
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