Facebook bloqueia contas do WhatsApp de talibãs
Empresa de Zuckerberg encerrou uma conta no WhatsApp que os talibãs abriram para receber reclamações sobre violência e saques, de acordo com o Financial Times.
23:14 | Ago. 17, 2021
O Facebook anunciou nesta terça-feira, 17, que estava bloqueando contas do WhatsApp relacionadas aos talibãs, depois que o grupo radical islâmico assumiu o controle do Afeganistão.
"Os talibãs foram sancionados como organização terrorista pela lei estadunidense e nós os banimos de nossos serviços de acordo com nossas políticas de Organizações Perigosas", disse um porta-voz do Facebook à AFP.
O Facebook encerrou uma conta no WhatsApp que os talibãs abriram para receber reclamações sobre violência e saques, de acordo com o Financial Times.
Um porta-voz do WhatsApp especificou em um e-mail à AFP que a empresa deve cumprir as sanções dos EUA. "Isso inclui a proibição de contas que parecem ser canais oficiais dos talibãs. Estamos buscando mais informações das autoridades americanas, dada a evolução da situação no Afeganistão", disse a empresa.
O anúncio ocorre no momento em que as plataformas de redes sociais enfrentam pressão para bloquear contas usadas pelo regime talibã, em meio à ofensiva que os levou a assumir o país devastado pelo conflito.
O Facebook disse que montou "uma equipe de especialistas dedicados ao Afeganistão, que são falantes nativos dos idiomas dari e pashtun e têm conhecimento do contexto local" para ajudar a aplicar suas políticas.
"Nossas equipes monitoram de perto a evolução da situação. O Facebook não decide sobre o reconhecimento de um governo em nenhum país, mas respeita a autoridade da comunidade internacional para tomar essas decisões", disse a empresa.
Um porta-voz do Talibã criticou o Facebook por bloquear a "liberdade de expressão" no país. Em uma coletiva de imprensa transmitida online, o oficial respondeu a uma pergunta sobre liberdade de expressão dizendo: "Eu deveria fazer a mesma pergunta a pessoas que afirmam ser promotoras da liberdade de expressão, mas não permitem que todas as informações sejam publicadas (...) Você deve perguntar à empresa Facebook".