Países retiram diplomatas do Afeganistão; premiê britânico convoca reunião
Com a tomada da capital afegã Cabul pelo grupo fundamentalista islâmico Taleban, governos de vários países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com operações no Afeganistão estão retirando representantes e diplomatas do país. Entre eles, além de Estados Unidos, estão Alemanha, Reino Unido, Canadá e Espanha.
O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, convocou uma reunião do comitê de emergência de seu gabinete para este domingo (15). Além disso, parlamentares britânicos estão sendo convocados de suas férias de verão para discutir o agravamento da situação no Afeganistão. De acordo com autoridades, o Parlamento deve debater, na quarta-feira, uma resposta do governo à crise.
O jornal britânico Sunday Telegraph informou que o embaixador do Reino Unido no Afeganistão, Laurie Bristow, deve deixar o país na segunda-feira à noite, mas o Ministério de Relações Exteriores não confirmou a informação. Na semana passada, o Ministério da Defesa britânico havia dito que estava enviando 600 soldados ao país para ajudar a retirar cidadãos britânicos e afegãos que trabalharam com as forças britânicas no país.
Um oficial dos Estados Unidos informou que diplomatas estão sendo levados da embaixada dos EUA em Cabul para o aeroporto da cidade. Um pequeno grupo permanecerá no local o tempo que for possível, conforme as condições de segurança.
A Alemanha enviou aviões militares para retirar funcionários de sua embaixada na segunda-feira. Segundo a agência de notícias alemã DPA, a missão incluirá os funcionários afegãos que trabalhavam para a embaixada alemã. As aeronaves devem transportar o grupo de Cabul para uma base na Ásia Central, de onde aviões fretados os levarão para Frank Jordans, em Berlim.
O Corriere della Sera, da Itália, reportou que a maior parte do pessoal da embaixada italiana em Cabul está sendo transferida para o aeroporto da capital, em preparação para a evacuação. A operação envolve cerca de 50 funcionários italianos e 30 funcionários afegãos e suas famílias, juntamente com a polícia paramilitar Carabinieri, que protege a embaixada, segundo o veículo. A agência italiana LaPresse disse que um voo com funcionários partiria de Cabul no domingo à noite.
Diplomatas dos Estados Unidos também estavam sendo levados para o aeroporto de Cabul, onde poucos representantes permaneceriam por algum tempo, conforme as condições de segurança locais. O secretário de Estado, Antony Blinken, o secretário de Defesa, Lloyd Austin, e o general do Exército Mark Milley, presidente da Junta de Chefes de Estado-Maior, teriam uma conferência virtual com membros da Câmara na manhã deste domingo para tratar da situação no Afeganistão, a pedido da presidente da Câmara, Nancy Pelosi.
O Ministério de Defesa da Espanha também publicou comunicado dizendo que ainda não tinha iniciado a retirada de equipes e cidadãos espanhóis do país, mas que os planos de evacuação estavam sendo finalizados.
Antes de o presidente Ashraf Ghani deixar o país, a Otan havia informado que continuava "ajudando a manter operações no aeroporto de Cabul para que o país permanecesse conectado com o mundo". A organização não detalhou quantos funcionários ainda estavam no Afeganistão, mas disse que está "avaliando constantemente os desenvolvimentos" no país.
Já o enviado da Rússia ao país, Zamir Kabulov, disse que não há planos de retirar funcionários da embaixada russa. Segundo ele, o embaixador russo e sua equipe estão "calmamente cumprindo suas obrigações". Conforme a agência de notícias russa, o Taleban prometeu garantir a segurança da embaixada russa em Cabul. Fonte: Associated Press.
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