Mil anos depois, guerreiro viking se une a parente na Dinamarca

No início do século 11, um deles morreu na Inglaterra com ferimentos na cabeça e foi enterrado em uma vala comum em Oxford. O outro morreu na Dinamarca e seu esqueleto apresentava sinais de golpes que sugeriam a participação em batalhas

15:59 | Jun. 11, 2021

Por: AFP
Dois esqueletos no Museu Nacional da Dinamarca, em Copenhague. Ossadas de vikings que eram parentes são reunidas após um milênio (foto: Ida Marie Odgaard / Ritzau Scanpix / AFP)

Separados por mil anos, dois guerreiros vikings da mesma família se reuniram nessa quarta-feira, 9 no Museu Nacional da Dinamarca em Copenhague, um evento que lança uma nova luz sobre os deslocamentos na Europa.

No início do século 11, um deles morreu na Inglaterra com ferimentos na cabeça e foi enterrado em uma vala comum em Oxford. O outro morreu na Dinamarca e seu esqueleto apresentava sinais de golpes que sugeriam a participação em batalhas.

Um mapeamento de DNA dos esqueletos da era Viking (entre os séculos 8 e 12) revelou, por acaso, que eles eram parentes de segundo grau.

“É uma grande descoberta porque agora é possível traçar os deslocamentos no espaço e no tempo por meio de uma família”, explicou a arqueóloga Jeanette Varberg, do Museu Nacional.

Ao longo de duas horas, dois de seus colegas reconstruíram o esqueleto de um homem na casa dos 20 anos, a partir de cerca de 150 ossos emprestados pelo Museu de Oxfordshire por três anos.

O consenso histórico sobre o assunto é que os ancestrais dos dinamarqueses invadiram a Escócia e a Inglaterra.

O jovem "pode ter sido morto durante um ataque viking, mas outra teoria é que ele foi vítima de um decreto do rei da Inglaterra Aethelred II, que ordenou em 1002 que todos os dinamarqueses na Inglaterra fossem mortos", disse Varberg.

Segundo ela, é muito raro descobrir laços de parentesco entre diferentes esqueletos, principalmente se não forem soberanos.

Embora a relação seja indiscutível, é impossível determinar a relação exata entre os dois homens.

“É muito difícil dizer se viveram na mesma época ou se talvez haja uma diferença de geração, porque não há nenhum elemento nos túmulos que possa dar uma data precisa, então há uma margem de mais ou menos 50 anos", explicou a arqueóloga.