Governo de Angola suspende atividades da TV Record no país 

Na decisão, a pasta oficial do governo justificou a existência de "inconformidades" com a legislação angolana na atuação da afiliada da Record

A Record TV Africa, afiliada da emissora sediada em Angola, com transmissão para a África Subsaariana, foi suspensa pelo governo local nesta segunda-feira, 19. O Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (Minttics) tomou a decisão justificando a existência de "inconformidades" com a legislação angolana. As informações são do portal Notícias da TV.

Segundo o canal público TPA, as atividades da Record serão suspensas a partir de 0h da próxima quarta-feira, 21, "até a sua regularização junto à direção nacional de informação e comunicação institucional". Jornalistas estrangeiros que atuam na emissora não poderão trabalhar.

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Uma das questões que levou à suspensão por irregularidade se refere ao fato de o diretor-executivo da afiliada não ser um angolano, e sim um estrangeiro (brasileiro, no caso).

De acordo com o comunicado oficial, "a empresa Rede Record de Televisão Angola Ltda., que responde pela Record TV Africa, tem no exercício de função de diretor-executivo um cidadão não nacional" [o brasileiro Fernando Henrique Teixeira], e "os quadros estrangeiros da empresa que exercem atividade jornalística no país não se encontram creditados nem credenciados no centro de imprensa Aníbal de Melo".

Também foram suspensos, no mesmo anúncio, os canais Zap Viva e Vida TV, além de algumas revistas e jornais. Em Angola, a Igreja Universal do Reino de Deus tem cerca de 500 mil fiéis.

A Record afirma que foi "surpreendida" pela decisão, que "sempre se pautou pela legalidade" e irá "adotar medidas legais de respostas cabíveis contra o referido ato". A emissora diz ainda que buscará esclarecimento sobre as supostas irregularidades.

"Reiteramos nosso compromisso com nossos colaboradores, de que estamos completamente comprometidos com os mesmos e com a operação construída em mais de uma década de esforço e sacrifícios realizados", finaliza a nota da emissora.

Conflitos

 

Em 2020, alguns pastores angolanos se indispuseram com a direção brasileira da instituição e ocuparam parte das igrejas no país. Uma parte dos pastores angolanos dissidentes dos brasileiros é autora de uma queixa-crime, apresentada em 2019, e que originou as ações de busca e apreensão.

Eles acusam a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), comandada pelo bispo Edir Macedo, de vender templos e enviar dinheiro para outros países; a igreja nega a acusação. 

Desde 2017, a Igreja Universal na África tem sido comandada pelo bispo Honorilton Gonçalves, principal executivo da Record em sua fase de maior crescimento. 

 

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