Boris Johnson não descarta medidas mais restritivas com avanço da pandemia
09:14 | Jan. 03, 2021
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson afirmou que a situação do Reino Unido é "grave" em relação à pandemia do novo coronavírus e não descartou um acirramento nas medidas de restrição social em algumas partes do país nas próximas semanas, disse em entrevista para a BBC. Ele espera que a situação só vai melhorar a partir do segundo trimestre, com a aceleração no programa de vacinação.
"Obviamente há um enorme leque de medidas mais restritivas que nós temos que considerar, mas não vou especular sobre o que pode ou não acontecer agora", falou, descartando um novo 'lockdown' nacional para evitar o que ele chama de "consequências colossais" para a economia britânica. Johnson apontou o País de Gales, que paralisou as atividades econômicas em setembro, o que não impediu o avanço do vírus no curto prazo.
O chefe de governo britânico espera uma aceleração no programa de vacinação a partir desta semana, com a entrada no sistema de saúde de mais de 500 mil doses do imunizante criado pela Oxford/AstraZeneca, mas ainda não deu detalhes de como chegar a meta de vacinar dois milhões de pessoas semanalmente, o necessário para controlar a pandemia. "Estamos trabalhando sem parar e te garanto que vamos vacinar dezenas de milhões de pessoas nos próximos três meses."
Johnson disse também que pretende continuar como primeiro-ministro com o fim do processo do Brexit e defendeu que a saída do Reino Unido da União Europeia vai trazer mais benefícios do que prejuízos à economia do país no longo prazo. "Podemos criar uma série de subsídios para reduzir o impacto das novas regras locais", comentou, quando questionado sobre os programas de transição que foram criados para empresas britânicas adaptarem suas regulações.
O primeiro-ministro do Reino Unido também se posicionou contra a realização de um novo referendo sobre a independência da Escócia em meio às críticas dos habitantes do território sobre a saída da União Europeia. "Acho que os referendos precisam ser uma situação ' generacional', tivemos um em 1979 e outro em 2014 que acabaram por decidir manter a Escócia na União, então está muito cedo para outro pleito", disse.