"James Bond da filantropia": com perfil discreto, fundador do Duty Free doa US$ 8 bilhões para caridade
Charles Feeney doou toda sua fortuna ainda em vida. Mesmo sendo bilionário, o homem tem um estilo de vida simples, vivendo como um mongeO fundador das lojas Duty Free, Charles Feeney, dou toda sua fortuna — cerca de US$ 8 bilhões — para a caridade. O homem, conhecido por suas lojas em aeroportos, vive de forma simples, como um monge, e destinou parte significativa de seus lucros para a filantropia. Ele, no entanto, fez tudo isso na surdina, o que fez a revista Forbes o chamar de “James Bond da filantropia”.
Para garantir recursos para o resto de sua vida e sua esposa, Feeney guardou uma reserva de US$ 2 milhões ou cerca de R$ 10,5 milhões, em conversão direta. O valor corresponde a 0,02% ao que foi destinado para doação. Ele doou dinheiro para resolução de grandes problemas, investindo em soluções de paz para a Irlanda do Norte e modernizando o sistema de saúde do Vietnã, por exemplo.
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A atitude do bilionário serviu de inspiração para outros grandes filantropos, como Bill Gates, Warren Buffet e Laurene Powell. “Não vejo razão para adiar a doação quando tanto bem pode ser alcançado apoiando causas que valem a pena. Além disso, é muito mais divertido dar enquanto você vive do que dar depois de morto”, disse em entrevista à Forbes.
A filosofia de Feeney é simples: Giving While Living (Doe Enquanto Vive, em português). Para o homem, que manteve a fundação Atlantic Philanthropies por quatro décadas, ter o controle de para onde seu dinheiro está indo e conferir o resultado com os próprios olhos é bem mais recompensador que financiar uma fundação após sua morte, por exemplo.
Na última segunda-feira, 14, o bilionário, com 89 anos, participou de uma cerimônia virtual para fechar a Atlantic Philantropies. A cerimônia contou com participação de grandes nomes, como Bill Gates e Jerry Brown, ex-governador da Califórnia. O Congresso dos Estados Unidos ainda enviou uma carta oficial ao filantropo, agradecendo pelo seu trabalho.
Em depoimento enviado à Forbes, Bill Gates destacou o papel de Feeney para a filantropia: “Ele me disse que devemos encorajar as pessoas a não dar apenas 50% (de sua fortuna), mas o máximo possível durante suas vidas. Ninguém é melhor exemplo disso do que Chuck. Muitas pessoas falam comigo sobre como ele as inspirou. É realmente incrível”. Inspirado no bilionário, o criador da Microsoft começou a iniciativa Giving Pledge, campanha para convencer os mais ricos do mundo a doarem pelo menos metade de suas fortunas antes de morrer.