Pelosi pede investigação sobre denúncia de histerectomia em migrantes nos EUA

"Se isso for verdade, as terríveis condições descritas pela queixa da denunciante, incluindo alegações de que mulheres migrantes vulneráveis foram submetidas a histerectomias em massa, constituem um abuso avassalador dos direitos humanos", afirmou a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos

A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, pediu na última terça-feira, 15, a abertura de uma investigação sobre a denúncia de que um alto número de histerectomias foi registrado em uma prisão privada para migrantes, algo que uma presidiária descreveu como "uma experiência de um campo de concentração".

 

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"Se isso for verdade, as terríveis condições descritas pela queixa da denunciante, incluindo alegações de que mulheres migrantes vulneráveis foram submetidas a histerectomias em massa, constituem um abuso avassalador dos direitos humanos", afirmou Pelosi.

 

Também disse que o inspetor-geral do Departamento de Segurança Interna (DHS) "deve investigar imediatamente as denúncias". A denúncia sobre extrações de úteros surgiu depois que a enfermeira Dawn Wooten vazou informações sobre as práticas sanitárias na prisão migratória de Irwin, no estado da Geórgia.

 

Wooten observou sua preocupação com o alto índice de mulheres que se submeteram à histerectomia, afirmando que embora o procedimento às vezes seja indicado, "não é comum que todos os úteros estejam ruins".

 

A enfermeira comentou que, entre seus colegas, lhes impressionava a prática de um ginecologista particular situado fora do centro, para onde eram encaminhadas os detidas. Uma detenta entrevistada pela organização Project South disse que quando soube que todas essas mulheres haviam se submetido a uma cirurgia, ela pensou "foi como um experimento em um campo de concentração".

 

"Era como se eles estivessem fazendo experiências com nossos corpos", observou. Pelosi chamou a queixa de "profundamente perturbadora" e disse que a remetia aos tempos "sombrios" como a exploração de Henrietta Lacks, uma mulher negra cujas células eram usadas para pesquisas; e o horror das experiências de "Tuskegee" com a sífilis ao longo de várias décadas no século XX.

 

"O Congresso e o povo americano precisam saber o por quê e em quais circunstâncias tantas mulheres, supostamente sem seu consentimento, foram empurradas para esse procedimento extremamente invasivo", concluiu Pelosi.

 

O presidente da Liga dos Congressistas Hispânicos, Joaquín Castro, destacou que esterilizações forçadas já foram utilizadas pelo governo dos Estados Unidos para controlar populações classificadas como "indesejáveis".

 

Castro indicou um histórico de práticas semelhantes contra populações imigrantes, povos indígenas, povos de origem mexicana, porto-riquenhos, entre outros. "Essas atrocidades não devem se repetir", acrescentou o parlamentar.

 

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