Com avanço do vírus, Europa adota medidas de isolamento mais radicais
Média tem sido acima de mil casos a cada 24 horas em países que já haviam flexibilizado circulação e temor é de segunda onda de infecções. Além de isolamento obrigatório retomado e proibição de reuniões com mais de dez pessoas, cidades foram declaradas zonas de riscoO temor de uma nova onda de infecções cresce na Europa diante do avanço do vírus em países como França, Espanha e Reino Unido, que nos últimos dias registraram em média mais de mil novos casos a cada 24 horas. Nesta sexta, 14, o Reino Unido colocou os viajantes franceses em quarentena obrigatória de 14 dias. A França respondeu, recomendando aos turistas britânicos anteciparem a volta ou ficarem presos no país, também cumprindo isolamento.
Após o retorno de uma aparente normalidade, no começo do verão, novos fechamentos foram determinados para controlar os casos de covid-19, que já matou 761.612 pessoas e infectou mais de 21 milhões no mundo, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
Nesta sexta-feira, as cidades francesas de Paris e Marselha foram declaradas zonas de risco depois que as autoridades observaram um constante aumento de infecções. "A situação está se deteriorando semana a semana", disse o diretor-geral de saúde, Jérome Salomon, à rádio France Inter.
Ele acrescentou que novas infecções surgem todos os dias depois de reuniões familiares, grandes festas e encontros em meio às férias de verão. Entre as medidas para conter os contágios, as autoridades proibiram reuniões com mais de dez pessoas e reimpuseram o uso obrigatório de máscaras em várias áreas da capital.
O Reino Unido, o país europeu mais afetado pela covid-19, com 41 mil mortos, que também tem registrado um aumento de casos, voltará a impor uma quarentena a viajantes procedentes de França, Holanda e Malta. A medida segue vigente para Espanha, Bélgica, Andorra e Bahamas.
Cerca de 160 mil britânicos estão de férias na França, segundo o governo do premiê Boris Johnson, e uma parte dos cerca de 300 mil franceses que vivem no Reino Unido normalmente aproveitam o verão para voltar a seu país. Temendo ficar de quarentena, muitos britânicos começaram ontem a antecipar seu retorno de férias em cidades francesas.
Irritado com a medida, o governo da França advertiu que o anúncio de Londres provocará uma "medida de reciprocidade" que afetará os franceses ou residentes na França que se encontram atualmente em território britânico.
A Espanha, que registrou mais de 3 mil novas infecções em 24 horas, ontem e na quinta-feira, decidiu fechar as boates e proibir as pessoas de fumar nas ruas sem respeitar a distância de segurança. Com centenas de surtos, a Espanha, que lidera na Europa Ocidental em número de infectados, com quase 343 mil, atingiu uma média de 111 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, frente a 33,6, na França, e 17, no Reino Unido.
A Alemanha declarou ontem toda a Espanha, com exceção das Ilhas Canárias, uma zona de risco. Muitos alemães foram passar as férias em cidades espanholas e, a partir de agora, todas as pessoas que retornarem da Espanha deverão se submeter a um teste e respeitar a quarentena à espera dos resultados.
A Alemanha tem 223.788 casos e 9.230 mortos. Seguindo o exemplo alemão, nesta semana o governo italiano também decretou obrigatória a realização de testes em pessoas procedentes não apenas da Espanha, mas também de Malta, Croácia e Grécia, países considerados de risco. Desde o início da pandemia, em fevereiro, a Itália registrou 252.809 casos e 35.234 mortos.
Novas restrições também foram anunciadas na Grécia, que tem registrado um aumento no número de novos casos. Na quarta-feira, o país teve o recorde de 262 novas infecções. Ao todo, os gregos registraram 6.632 casos e 223 mortes. Bares, restaurantes e casas noturnas não poderão funcionar após a meia-noite e devem seguir estritamente as medidas de segurança. Também foram proibidos encontros públicos e sociais com mais de 50 pessoas. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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