Com avanço do vírus, Europa adota medidas de isolamento mais radicais
Média tem sido acima de mil casos a cada 24 horas em países que já haviam flexibilizado circulação e temor é de segunda onda de infecções. Além de isolamento obrigatório retomado e proibição de reuniões com mais de dez pessoas, cidades foram declaradas zonas de risco
09:43 | Ago. 15, 2020
Por: Agência Estado
O temor de uma nova onda de infecções cresce na Europa diante do avanço do vírus em países como França, Espanha e Reino Unido, que nos últimos dias registraram em média mais de mil novos casos a cada 24 horas. Nesta sexta, 14, o Reino Unido colocou os viajantes franceses em quarentena obrigatória de 14 dias. A França respondeu, recomendando aos turistas britânicos anteciparem a volta ou ficarem presos no país, também cumprindo isolamento.
Após o retorno de uma aparente normalidade, no começo do verão, novos fechamentos foram determinados para controlar os casos de covid-19, que já matou 761.612 pessoas e infectou mais de 21 milhões no mundo, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
Nesta sexta-feira, as cidades francesas de Paris e Marselha foram declaradas zonas de risco depois que as autoridades observaram um constante aumento de infecções. "A situação está se deteriorando semana a semana", disse o diretor-geral de saúde, Jérome Salomon, à rádio France Inter.
Ele acrescentou que novas infecções surgem todos os dias depois de reuniões familiares, grandes festas e encontros em meio às férias de verão. Entre as medidas para conter os contágios, as autoridades proibiram reuniões com mais de dez pessoas e reimpuseram o uso obrigatório de máscaras em várias áreas da capital.
O Reino Unido, o país europeu mais afetado pela covid-19, com 41 mil mortos, que também tem registrado um aumento de casos, voltará a impor uma quarentena a viajantes procedentes de França, Holanda e Malta. A medida segue vigente para Espanha, Bélgica, Andorra e Bahamas.
Cerca de 160 mil britânicos estão de férias na França, segundo o governo do premiê Boris Johnson, e uma parte dos cerca de 300 mil franceses que vivem no Reino Unido normalmente aproveitam o verão para voltar a seu país. Temendo ficar de quarentena, muitos britânicos começaram ontem a antecipar seu retorno de férias em cidades francesas.
Irritado com a medida, o governo da França advertiu que o anúncio de Londres provocará uma "medida de reciprocidade" que afetará os franceses ou residentes na França que se encontram atualmente em território britânico.
A Espanha, que registrou mais de 3 mil novas infecções em 24 horas, ontem e na quinta-feira, decidiu fechar as boates e proibir as pessoas de fumar nas ruas sem respeitar a distância de segurança. Com centenas de surtos, a Espanha, que lidera na Europa Ocidental em número de infectados, com quase 343 mil, atingiu uma média de 111 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, frente a 33,6, na França, e 17, no Reino Unido.
A Alemanha declarou ontem toda a Espanha, com exceção das Ilhas Canárias, uma zona de risco. Muitos alemães foram passar as férias em cidades espanholas e, a partir de agora, todas as pessoas que retornarem da Espanha deverão se submeter a um teste e respeitar a quarentena à espera dos resultados.
A Alemanha tem 223.788 casos e 9.230 mortos. Seguindo o exemplo alemão, nesta semana o governo italiano também decretou obrigatória a realização de testes em pessoas procedentes não apenas da Espanha, mas também de Malta, Croácia e Grécia, países considerados de risco. Desde o início da pandemia, em fevereiro, a Itália registrou 252.809 casos e 35.234 mortos.
Novas restrições também foram anunciadas na Grécia, que tem registrado um aumento no número de novos casos. Na quarta-feira, o país teve o recorde de 262 novas infecções. Ao todo, os gregos registraram 6.632 casos e 223 mortes. Bares, restaurantes e casas noturnas não poderão funcionar após a meia-noite e devem seguir estritamente as medidas de segurança. Também foram proibidos encontros públicos e sociais com mais de 50 pessoas. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.