Estudo espanhol aponta que imunidade de rebanho contra Covid-19 é "inatingível"

O processo ocorre quando muitas pessoas já foram infectadas e desenvolveram anticorpos contra o novo coronavírus

Um estudo espanhol sobre o novo coronavírus indica que apenas 5% da população local desenvolveu anticorpos contra Covid-19. O resultado reforça a tese de que a chamada imunidade de rebanho é "inatingível". A publicação foi feita hoje na renomada revista "The Lancet". As informações são do portal UOL.

A imunidade de rebanho ocorre quando muitas pessoas já foram infectadas e desenvolveram anticorpos contra o coronavírus. Em tese, nesse cenário as epidemias tenderiam a perder força por causa da diminuição da transmissibilidade.

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Segundo a "The Lancet", a principal descoberta até o momento foi que a maioria da população parece ter permanecido sem exposição ao vírus, mesmo em áreas com ampla circulação.

"À luz dessas descobertas, qualquer abordagem proposta para alcançar a imunidade do rebanho através de infecções naturais não é apenas altamente antiética, mas também inatingível", disseram os autores dos comentários do estudo, Isabella Eckerle, chefe do Centro de Doenças Virais Emergentes de Genebra, e Benjamin Meyer, virologista da Universidade de Genebra.

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De acordo com o estudo, que foi feito em larga escala, 95% da população da Espanha segue suscetível ao vírus.

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O Centro Europeu de Controle de Doenças contou à CNN que a pesquisa espanhola, com mais de 61 mil participantes de todo o País, é a maior já feita por nações europeias. Pesquisas semelhantes foram realizadas na China e nos Estados Unidos.

Imunidade a longo prazo não é certeza

Não se sabe ao certo se a presença de anticorpos contra o coronavírus significa que alguém não pode ser infectado novamente, conforme os médicos à frente da pesquisa. Além disso, não está claro quanto tempo ou quão bem os anticorpos protegem as pessoas.

O estudo da Espanha, revisado por pares, começou em abril, enquanto o país estava em "lockdown" para evitar a disseminação do novo coronavírus.

"A soroprevalência relativamente baixa observada no contexto de uma epidemia intensa na Espanha pode servir de referência para outros países. Atualmente, a imunidade do rebanho é difícil de alcançar sem aceitar o dano colateral de muitas mortes na população suscetível e sobrecarregar os sistemas de saúde", diz a pesquisa.

Principal autora do estudo espanhol e diretora do Centro Nacional de Epidemiologia, Marina Pollán, acredita que o país está distante de atingir a imunidade de rebanho.

"Alguns especialistas calcularam que cerca de 60% da soroprevalência pode significar imunidade ao rebanho. Mas estamos muito longe de atingir esse número", contou à CNN.

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