Mais de 9 mil pessoas são presas em oito dias de protestos contra o racismo nos EUA

As manifestações começaram após o assassinato do ex-segurança negro George Floyd por um policial branco durante abordagem policial em Minneapolis

09:09 | Jun. 03, 2020

Por: Redação O POVO
Um manifestante se ajoelha em frente à força policial, em ato de protesto em Los Angeles (foto: Apu GOMES / AFP))

Mais de nove mil pessoas foram presas em oito dias de protestos contra o racismo em cidades dos Estados Unidos. A informação é do G1 a partir da Associated Press. As manifestações começaram após o assassinato do ex-segurança negro George Floyd por um policial branco durante abordagem policial em Minneapolis.

A última terça-feira, 2, foi considerada o dia "mais calmo" até agora. Nos outros dias confrontos violentos entre manifestantes e as forças de segurança ocorreram com mais frequência.

As autoridades ampliaram o toque de recolher e dispersou manifestantes enquanto ainda era dia em Nova York. Um grupo ainda permaneceu nas ruas além do prazo estipulado, mas não foi registrado um confronto com a polícia.

Em Washington, os manifestantes voltaram a se reunir em uma quadra próxima à Casa Branca, sede do governo americano, onde no dia anterior policiais com a ajuda da cavalaria dispersaram um grupo para abrir caminho para o presidente Donald Trump fazer uma foto perto da igreja St. John. O ato foi tranquilo ao longo do dia. Já à noite manifestantes começaram a lançar fogos de artifício e objetos contra a cerca e os policiais responderam usando spray de pimenta.

Em Los Angeles, manifestantes fizeram um cerco à casa do prefeito e permaneceram no local horas após o início do toque de recolher. Quando os policiais chegaram, os manifestantes foram retirados e levados para um ônibus sem muito tumulto, segundo a imprensa americana.

Também houve protestos em Miami, St. Paul, Minnesota, Columbia, Carolina do Sul e Houston.

Protestos no mundo

Os atos contra o racismo se espalharam para outros países ainda durante o fim de semana, e, nesta terça, houve grandes manifestações registradas na Austrália, no Reino Unido e na França.

Em Paris, polícia lançou gás lacrimogênio para dispersar 19 mil manifestantes que protestavam contra o racismo policial em casos como de George Floyd e do jovem francês Adama Traoré, que morreu enquanto estava sob custódia policial em 2016. Outras cidades como Marselha também registraram confrontos.

Protestos contra a morte de George Floyd chegam à Europa  

Autópsia conclui que George Floyd morreu por asfixia

Autópsia encomendada pela família de George Floyd concluiu, na última segunda-feira, 1°, que o homem morreu por "asfixia devido a uma pressão sustentada" quando um policial o imobilizou colocando o joelho sobre seu pescoço, na última semana. Esse laudo contradiz os resultados da necrópsia oficial.

"Os médicos independentes que realizaram a autópsia no Floyd determinaram que a causa da morte é asfixia devido à pressão constante", disse o advogado Ben Crump, em um momento em que a indignação pela ação da Polícia provocou uma onda de protestos nos Estados Unidos.

A autópsia oficial, realizada pelos médicos locais, minimizava o estrangulamento sofrido por Floyd. O documento cita uma lista de eventos causadores do óbito, entre eles a contenção feita pelos oficiais, supostas substância intoxicantes que o homem teria usado e doenças cardíacas pré-existentes (comorbidades)

A vitima tinha 46 anos quando foi abordada por policiais na última segunda-feira, 25, em Minneapolis, Estados Unidos. Durante procedimento, o agente Derek Chauvin pressionou o pescoço de George com o joelho e acabou o sufocando até a morte. Manifestações pedindo justiça por George e contra o racismo implodiram e se espalharam por países como Reino Unido, Alemanha e Canadá.

Chauvin foi demitido da Polícia de Minneapolis e enfrenta acusação de assassinato e homicídio culposo, informaram os procuradores do condado de Hennepin.

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