Manifestações contra fascismo e racismo ganham força e engajamento nas redes sociais
A atuação do movimento antifascista no espaço virtual vem garantindo a adesão de muitos grupos, que passaram a utilizar versões da bandeira antifascista para demonstrar apoio à causa
15:52 | Jun. 02, 2020
Manifestações contra o racismo e o fascismo ganharam força nas redes sociais nos últimos dias, incentivadas também pelos protestos que acontecem nos Estados Unidos, desde a morte de George Floyd. Com o engajamento dos movimentos nas redes sociais, o debate sobre a desigualdade racial e a defesa da democracia tornou-se pauta, sobrepondo-se ao discurso bolsonarista, segundo aponta levantamento do professor e pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo, Fabio Malini.
Entre quatro milhões de mensagens analisadas por Fabio, a partir de publicações de 730 mil participantes, 91% pertenciam aos movimentos antirracismo e antifascismo, enquanto 9% estavam relacionadas ao bolsonarismo. As informações se referem a dados extraídos pelo pesquisador no último domingo, 31. No mesmo dia, a palavra mais mencionada na rede social foi “Democracia”, que rendeu 619.391 menções na plataforma. Em seguida vem a palavra “Policial”, que é considerada um termo simbólico pelo pesquisador, dada as circunstâncias em que os protestos foram motivados.
A atuação do movimento antifascista no espaço virtual vem garantindo a adesão de muitos grupos, que passaram a utilizar versões da bandeira antifascista para demonstrar seu apoio à causa. “Essa identidade #antifa não saiu dos partidos, mas de movimentos diretos de rua. O remix da imagem da bandeira antifascista virou o template da indignação contra o governo”, comenta Malini em uma de suas publicações.
Já na noite da segunda-feira, 1º, o pesquisador identificou outros dados que apontam a força dos movimentos nas redes sociais. Segundo observado, a cada cinco minutos, mil mensagens relacionadas ao antifascimo eram publicadas. Já aquelas que mencionavam o antirracismo, alcançavam o mesmo número de publicações em um tempo ainda mais curto, a cada três minutos. De acordo com Malini, essa força se estende massivamente para outras plataformas, com WhatsApp, Instagram, Youtube e Facebook.
São movimentos que se cruzam. E que faz de Junho um mês pra lá de incerto em relação ao controle da epidemia nos dois epicentros da doença (EUA e Brasil) e sobre os destinos políticos em ambas democracias.
— Fabio Malini (@fabiomalini) June 1, 2020