Governo do Peru compra 840 mil tablets para alunos em situação de pobreza poderem estudar

Dos 840 mil equipamentos, 719 mil serão destinados a estudantes de áreas rurais, enquanto 123 mil vão ser concedidos para estudantes que residem em áreas urbanas

O Ministério da Educação do Peru fez a compra de aproximadamente 840 mil tablets com internet móvel para estudantes de áreas rurais e urbanas que vivem em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa tem como objetivo, segundo informou a pasta, "fechar uma lacuna histórica em questões digitais e educacionais".

Alunos do 4º, 5º e 6º ano do ensino fundamental e médio são os beneficiários projeto. Dos 840 mil equipamentos, 719 mil serão destinados a estudantes de áreas rurais, enquanto 123 mil vão ser concedidos para estudantes que residem em áreas urbanas.

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"Com essas equipes, estudantes dos lugares mais remotos do nosso país terão acesso ao mesmo conteúdo que os alunos da cidade acessam. Quem tem acesso à internet, tem maior capacidade de acessar informações", disse o presidente Martín Vizcarra, que fez o anúncio da aquisição dos aparelhos por meio de nota.

Segundo país mais afetado pela pandemia de Covid-19, doença causada pelo coronavírus Sars-CoV-2, na América do Sul - atrás apenas do Brasil - o Peru tinha a perspectiva de retornar às aulas presenciais em escolas e universidades nessa segunda-feira, 4, entretanto, por conta do aumento no número de casos confirmados de coronavírus e do risco de colapso do sistema de saúde, a ideia foi deixada de lado.

Desta forma, o ensino no País ocorre na modalidade à distância. Nessa terça-feira, 5, Vizcarra descartou a possibilidade de faculdades e universidades poderem recomeçar as aulas presenciais ainda este ano por causa da pandemia do novo coronavírus. O gestor ainda reiterou que a educação de crianças em idade escolar e universitários deve ser feita por meio de aulas virtuais na internet, rádio e televisão.

"O que está absolutamente claro é que, a curto e médio prazo, as aulas não serão presenciais, elas ainda acontecerão à distância", disse Vizcarra depois de revelar que o número de infecções no país é superior a 51.100, e o número de mortes é próximo a 1.500.

"Os estudantes técnicos, universitários, nos níveis iniciais, primários e secundários, terão que fazer aulas à distância", acrescentou ele durante uma coletiva de imprensa virtual.

O Peru está em uma situação de emergência de saúde desde 15 de março, e a população ficará em confinamento obrigatório até 10 de maio. O comércio do país está fechado, funcionando apenas parte do setor de serviços considerados essenciais. A suspensão das aulas foi uma das primeiras medidas adotadas pelo Peru em 12 de março, uma semana após o primeiro caso do vírus.

A quarentena deixou quatro em cada dez peruanos sem renda, o que levou pedidos para reduzir as taxas escolares por causa do risco de não pagamento dos alunos devido à falta de recursos financeiros. Vizcarra foi favorável a essa redução, alegando que a educação a distância teria um custo menor.

"Nesse cenário, tiveram muitas reclamações dos pais. A partir de uma análise simples, percebeu-se que esse serviço gera menos custos. Portanto, deve haver uma redução dos valores", afirmou o presidente.

O governo até incentiva os pais a retirarem seus filhos das escolas particulares onde estudam para matriculá-los em escolas públicas. Várias escolas particulares começaram a reduzir seus valores para se adaptar ao modelo de "educação presencial". As autoridades lançaram na televisão um programa chamado "Eu aprendo em casa".

Em meados de abril, o governo desistiu de um plano que esperava retomar as aulas presenciais em 4 de maio, já que houve um aumento de casos e ao risco de colapso do sistema de saúde. O ensino online e à distância começou gradativamente a partir de abril, em escolas e universidades públicas e privadas.

Com AFP

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