Governo do Peru compra 840 mil tablets para alunos em situação de pobreza poderem estudar
Dos 840 mil equipamentos, 719 mil serão destinados a estudantes de áreas rurais, enquanto 123 mil vão ser concedidos para estudantes que residem em áreas urbanas
17:58 | Mai. 06, 2020
O Ministério da Educação do Peru fez a compra de aproximadamente 840 mil tablets com internet móvel para estudantes de áreas rurais e urbanas que vivem em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa tem como objetivo, segundo informou a pasta, "fechar uma lacuna histórica em questões digitais e educacionais".
Alunos do 4º, 5º e 6º ano do ensino fundamental e médio são os beneficiários projeto. Dos 840 mil equipamentos, 719 mil serão destinados a estudantes de áreas rurais, enquanto 123 mil vão ser concedidos para estudantes que residem em áreas urbanas.
"Com essas equipes, estudantes dos lugares mais remotos do nosso país terão acesso ao mesmo conteúdo que os alunos da cidade acessam. Quem tem acesso à internet, tem maior capacidade de acessar informações", disse o presidente Martín Vizcarra, que fez o anúncio da aquisição dos aparelhos por meio de nota.
Segundo país mais afetado pela pandemia de Covid-19, doença causada pelo coronavírus Sars-CoV-2, na América do Sul - atrás apenas do Brasil - o Peru tinha a perspectiva de retornar às aulas presenciais em escolas e universidades nessa segunda-feira, 4, entretanto, por conta do aumento no número de casos confirmados de coronavírus e do risco de colapso do sistema de saúde, a ideia foi deixada de lado.
Desta forma, o ensino no País ocorre na modalidade à distância. Nessa terça-feira, 5, Vizcarra descartou a possibilidade de faculdades e universidades poderem recomeçar as aulas presenciais ainda este ano por causa da pandemia do novo coronavírus. O gestor ainda reiterou que a educação de crianças em idade escolar e universitários deve ser feita por meio de aulas virtuais na internet, rádio e televisão.
"O que está absolutamente claro é que, a curto e médio prazo, as aulas não serão presenciais, elas ainda acontecerão à distância", disse Vizcarra depois de revelar que o número de infecções no país é superior a 51.100, e o número de mortes é próximo a 1.500.
"Os estudantes técnicos, universitários, nos níveis iniciais, primários e secundários, terão que fazer aulas à distância", acrescentou ele durante uma coletiva de imprensa virtual.
O Peru está em uma situação de emergência de saúde desde 15 de março, e a população ficará em confinamento obrigatório até 10 de maio. O comércio do país está fechado, funcionando apenas parte do setor de serviços considerados essenciais. A suspensão das aulas foi uma das primeiras medidas adotadas pelo Peru em 12 de março, uma semana após o primeiro caso do vírus.
A quarentena deixou quatro em cada dez peruanos sem renda, o que levou pedidos para reduzir as taxas escolares por causa do risco de não pagamento dos alunos devido à falta de recursos financeiros. Vizcarra foi favorável a essa redução, alegando que a educação a distância teria um custo menor.
"Nesse cenário, tiveram muitas reclamações dos pais. A partir de uma análise simples, percebeu-se que esse serviço gera menos custos. Portanto, deve haver uma redução dos valores", afirmou o presidente.
O governo até incentiva os pais a retirarem seus filhos das escolas particulares onde estudam para matriculá-los em escolas públicas. Várias escolas particulares começaram a reduzir seus valores para se adaptar ao modelo de "educação presencial". As autoridades lançaram na televisão um programa chamado "Eu aprendo em casa".
Em meados de abril, o governo desistiu de um plano que esperava retomar as aulas presenciais em 4 de maio, já que houve um aumento de casos e ao risco de colapso do sistema de saúde. O ensino online e à distância começou gradativamente a partir de abril, em escolas e universidades públicas e privadas.
Com AFP